Neste sétimo volume da Coleção Sexualidade & Mídias, convidamos todos e todas para refletir, junto às propostas dos/as autores/as convidados/as, sobre a sexualidade e os estudos que dela derivam.
Em Feminilidades, Masculinidades E Transgeneridades, nosso olhar volta-se para as identidades dissidentes e as opressões sociais que muitas vezes estão presentes em nosso cotidiano e recaem sobre essas pessoas e quem com elas convivem.
Novas discussões surgem como desdobramento da pós-modernidade e da globalização, assim é para todos os âmbitos, inclusive ao que diz respeito à sexualidade humana.
Como consequência, as temáticas ganham maiores proporções e mais espaço de pensamento, diálogo e compreensão, como é o caso de gênero, conhecidamente abordado por Simone de Beauvoir em sua obra “O Segundo Sexo”, com a emblemática frase “Não se nasce mulher: Torna-se”.
Os debates ampliaram-se e promoveram um novo olhar sobre o papel da sociedade na construção de um gênero binário e enrijecido em expectativas e determinações para o que seria esperado para o gênero feminino e masculino.
Partimos, com isso, da crítica dos padrões de gênero definidos de forma essencialista, a partir de um corpo biológico que é nomeado pelo “sexo” ao nascimento como sendo de “homem” ou de “mulher”, implicando na construção de uma pessoa que deve manifestar comportamentos socialmente determinados como coerentes com o que seria a expressão de sua “feminilidade” e “masculinidade”, como por exemplo a submissão feminina e a virilidade masculina tanto no âmbito e vivência social quanto sexual.
Parte, com isso, de uma lógica binária que, além de considerar apenas dois espectros de um fenômeno extremamente amplo como a sexualidade humana, privilegia e assegura vantagens para aquele que é designado como homem e desvantagens para aquele que é designado como mulher.
Pessoas que nascem com um corpo biológico considerado masculino e se sentem homens ou nascem com um corpo biológico considerado feminino e se sentem mulheres, são consideradas “cisgêneras”.
No entanto, há indivíduos que não se identificam com o gênero de nascença e com os papéis sociais atribuídos e transcendem a classificação inicial. Dizem ao mundo que não são (e não sentem ter a identidade de gênero que lhes atribuíram por ter um pênis ou uma vagina.
Em alguns casos, realizam a cirurgia de resignação sexual para se adequarem a como, de fato, se sentem e são entendidas como pessoas “transgêneras”.
Há ainda aquelas que subvertem a norma e a polarização, como o caso dos “não-binários”, que não se identificam com os papéis sociais exclusivos de um gênero, seja o masculino ou feminino e podem transitar entre ambos ou romper com os mesmos.
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