A Educação Libertária Segundo Aurélio Quintanilha

Esta tese incide sobre Aurélio Quintanilha, um dos muitos cientistas e investigadores portugueses, cujas ideias educativas e pedagógicas são, praticamente, desconhecidas, na comunidade acadêmica do nosso país. Foi, também, um dos muitos funcionários públicos aposentado, compulsivamente, pelo Governo de Salazar, ao ser considerado opositor aos princípios fundamentais da Constituição Política. Era, na altura, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Pretende esta tese relevar o quão marcante foi o seu trajeto como pedagogo libertário, destacando aquele que foi sempre o seu lema: ser professor. Para isso recorreu-se a pedagogos tidos como autoridades nesta matéria para ajudar a perceber a emergência do ideal libertário durante a segunda metade do século XIX e, por outro lado, reforçar e consolidar a influência anarquista em Aurélio Quintanilha, assim como o seu perfil libertário patente na sua principal obra Educação de Hoje, Educação de Amanhã (1921), analisaram-se alguns modelos educativos que influenciaram, diretamente, a sua metodologia, a relação professor – aluno e, principalmente a estrutura e dinâmica de um processo de ensino que apostava numa escola que despoletava as capacidades cognitivas do aluno, reiterando a necessidade, por razões pedagógicas e sociais, duma educação profissional proporcionadora de uma profissão útil. Salienta-se, também, que à educação libertária proposta por Aurélio Quintanilha, não lhe interessava um ensino livresco, de conhecimentos abstratos, mas sim a consecução de um desenvolvimento harmônico de todas as faculdades da criança assim como da sua saúde, e a aquisição de uma liberdade interior que se convertesse para o cidadão numa realidade permanente. Todo este processo de aprendizagem devia ter em conta a atividade pessoal da criança e os seus interesses espontâneos, assim como a formação da consciência moral e da razão prática do estudante, desenvolvendo-se num ambiente onde imperassem os direitos e os deveres cívicos. Isto é, na proposta de uma pedagogia libertária, todos os actos individuais deviam contribuir para o bem estar coletivo, ou seja, deviam harmonizar o ideal de perfeição de cada um com o ideal de perfeição e de bem estar social. Esta tese pretende assim, recorrendo ao pensamento de vários anarquistas, fundamentar o ideário libertário de Aurélio Quintanilha na sua proposta de reforma pedagógica, ensino este que promovia a atividade espontânea da criança, procurando formar cidadãos responsáveis dos seus direitos e deveres.

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Esta tese incide sobre Aurélio Quintanilha, um dos muitos cientistas e investigadores portugueses, cujas ideias educativas e pedagógicas são, praticamente, desconhecidas, na comunidade acadêmica do nosso país. Foi, também, um dos muitos funcionários públicos aposentado, compulsivamente, pelo Governo de Salazar, ao ser considerado opositor aos princípios fundamentais da Constituição Política. Era, na altura, professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra. Pretende esta tese relevar o quão marcante foi o seu trajeto como pedagogo libertário, destacando aquele que foi sempre o seu lema: ser professor. Para isso recorreu-se a pedagogos tidos como autoridades nesta matéria para ajudar a perceber a emergência do ideal libertário durante a segunda metade do século XIX e, por outro lado, reforçar e consolidar a influência anarquista em Aurélio Quintanilha, assim como o seu perfil libertário patente na sua principal obra Educação de Hoje, Educação de Amanhã (1921), analisaram-se alguns modelos educativos que influenciaram, diretamente, a sua metodologia, a relação professor – aluno e, principalmente a estrutura e dinâmica de um processo de ensino que apostava numa escola que despoletava as capacidades cognitivas do aluno, reiterando a necessidade, por razões pedagógicas e sociais, duma educação profissional proporcionadora de uma profissão útil. Salienta-se, também, que à educação libertária proposta por Aurélio Quintanilha, não lhe interessava um ensino livresco, de conhecimentos abstratos, mas sim a consecução de um desenvolvimento harmônico de todas as faculdades da criança assim como da sua saúde, e a aquisição de uma liberdade interior que se convertesse para o cidadão numa realidade permanente. Todo este processo de aprendizagem devia ter em conta a atividade pessoal da criança e os seus interesses espontâneos, assim como a formação da consciência moral e da razão prática do estudante, desenvolvendo-se num ambiente onde imperassem os direitos e os deveres cívicos. Isto é, na proposta de uma pedagogia libertária, todos os actos individuais deviam contribuir para o bem estar coletivo, ou seja, deviam harmonizar o ideal de perfeição de cada um com o ideal de perfeição e de bem estar social. Esta tese pretende assim, recorrendo ao pensamento de vários anarquistas, fundamentar o ideário libertário de Aurélio Quintanilha na sua proposta de reforma pedagógica, ensino este que promovia a atividade espontânea da criança, procurando formar cidadãos responsáveis dos seus direitos e deveres.

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