Eu, a Bruxa Ceamecilda, como cirandeira que sou, fui incumbida de apresentar o livro do Cirandar: Rodas De Investigação Na Escola. É nosso primeiro livro em formato digital, então iniciamos um novo ciclo, por isso Volume I. E se vocês prestarem atenção no nome do livro tem uma diferença na escrita em que substituímos o “desde” pelo “na”.
Acreditamos que a linguagem vai nos constituindo e quando demos o nome ao Cirandar havia uma ideia e agora há outra que foi nos transformando. Não é investigação desde a escola, é na escola, entendendo aqui que a universidade é escola. Então o Cirandar é um lugar de skholé, de pensar sobre educação pública: compromisso de todas e todos. O livro reúne relatos do Cirandar de 2016 e 2017 porque como deve ter acontecido com vocês o tempo nos atropelou. Até o meu tempo de bruxarias tem ficado condensado.
Chegou 2020 e a pandemia nos retirou do foco, nos trazendo muitas preocupações e cuidados. Mas todos os contratempos não diminuem o valor deste livro que representa um processo de formação que se expande e que continua.
Como já foi contado nos livros anteriores, o Cirandar se inspira em uma experiência ibero-americana que para cá trouxe os Encontros de Investigação na Escola, mas queríamos algo mais próximo, para que mais gente da escola estivesse junto! E temos inventado a várias mãos o Cirandar. Como já anunciam Carmem e Tiago, da Rede Formad, pensar por si é pensar com os outros.
É isso que fazemos no Cirandar: pensamos com os outros e este livro vai trazer parte de todas nossas conversas, pensamentos e por que não de nossas histórias de professores que contam de nossas bruxarias em sala de aula?
Quem lê este livro encontra educação pública dentro dele! Salas de aula que discutem a partir de seu contexto questões éticas, políticas, sociais, históricas, científicas, ambientais. Fazemos isso como modo de sermos professores. Sim, assumimos que o registro de nossa sala de aula precisa ser contado.
Foi na lida com colegas, nos movimentos de escrita e de leitura, que aprendemos que nem nós mesmos valorizávamos nossa sala de aula, dizendo que não fazíamos nada que precisasse ou que merecesse ser publicado. Fomos nos tornando potentes em nossas escritas de sala de aula, de processos de formação.
