A intenção contida na publicação de De Repente, Uma Pandemia, foi a de registrar discussões, ações e vivências de sujeitos relacionados com a educação no momento da pandemia, especificamente, no primeiro semestre de 2020. Para isso, reunimos diversos olhares a fim de que fossem trazidas diferentes janelas relacionadas com a educação em tempos de uma pandemia.
Todos os capítulos de De Repente, Uma Pandemia tiveram que transitar nessa corda bamba do uso de novos procedimentos educacionais perpassados pelo uso de tecnologias inovadoras. Essas tecnologias são ferramentas. O humano, desde sempre, usa ferramentas. O que constitui os humanos são as ferramentas, mentais e manuais, que utiliza. O uso diverso de ferramentas propicia lugares de saber distintos, materiais ou virtuais. Que se usem novas ferramentas educacionais, elas são muito bem-vindas!
Mas que seja o aprendiz a desenvolver a habilidade de uso das ferramentas a seu serviço e de seus semelhantes. E não o contrário. O uso de novas ferramentas educacionais frequentemente reconfigura os locais de saber nos quais se ensina e se aprende. Em tempos de pandemia, os locais de saber foram radicalmente virtualizados. Isso não é bom nem ruim, a priori.
Contudo, não sejamos inocentes. O ensino em lugares de saber virtuais necessita de tecnologias educacionais que certamente se tornarão ferramentas mentais imprescindíveis no mundo contemporâneo. Mas, quem será ferramenta de quem?
Essa concepção de inovação educacional em tempos de pandemia está no foco de De Repente, Uma Pandemia. Refletir sobre isso se tornou indispensável para desenvolvermos nossas ferramentas de compreensão e de domínio de nossa existência, como educadores e como protagonistas de nossas vidas.
