Direita E Esquerda Na Literatura

Direita E Esquerda Na Literatura - A ideia que temos das obras literárias enquanto objetos culturais irredutíveis a um só significado e a um sistema de ideias, ainda que possa ser apenas um mito teórico, captura, no entanto, um aspecto da realidade literária e exprime uma vontade legítima: que nem toda nossa imaginação e que nem todos os nossos pensamentos possuam ou tenham que possuir uma relação com a realidade social presente, muito menos com as opiniões políticas, e menos ainda com as disputas políticas momentânea


O ensaio Direita E Esquerda Na Literatura consta de poucas páginas (como todos os demais), porém sempre densamente pontuadas de referências literárias e filosóficas. Tenhamos em conta que Berardinelli é um erudito que abandonou o ensino universitário e por isso faz questão de afastar-se do pensamento produzido atualmente na academia europeia, em especial suas variantes pós-modernas.
A título de ilustração, num de seus ensaios mais famosos dentre os publicados no Brasil, o crítico solicita abertamente: “não incentivem o romance”, um gênero que, segundo sua perspectiva, já sofre os efeitos da caducidade, juntamente com a democracia (uma de suas progenitoras).
Porém, focando no ensaio que dá nome ao livro, Bernardinelli, de início, confronta a obsessão política característica do pós-estruturalismo; isto é, o crítico italiano parte do pressuposto – que em outros tempos seria uma obviedade – de que a política não é a realidade última, nem a filosofia primeira. Em seus termos:
A política não abarca todos os pensamentos de um indivíduo, talvez nem mesmo os de um político profissional. Uma infinidade de atividades sociais continua a seguir seu próprio curso de forma autônoma, ignorando quase sempre quem governa e quem é oposição. Os escritores, e no geral os intelectuais e os artistas, mesmo quando se esforçam para compreender e definir o presente não o fazem com as categorias, as preocupações, a linguagem que imperam na atividade propriamente política (no Estado, nos partidos, nos movimentos sociais).

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Direita E Esquerda Na Literatura – A ideia que temos das obras literárias enquanto objetos culturais irredutíveis a um só significado e a um sistema de ideias, ainda que possa ser apenas um mito teórico, captura, no entanto, um aspecto da realidade literária e exprime uma vontade legítima: que nem toda nossa imaginação e que nem todos os nossos pensamentos possuam ou tenham que possuir uma relação com a realidade social presente, muito menos com as opiniões políticas, e menos ainda com as disputas políticas momentânea
O ensaio Direita E Esquerda Na Literatura consta de poucas páginas (como todos os demais), porém sempre densamente pontuadas de referências literárias e filosóficas. Tenhamos em conta que Berardinelli é um erudito que abandonou o ensino universitário e por isso faz questão de afastar-se do pensamento produzido atualmente na academia europeia, em especial suas variantes pós-modernas.
A título de ilustração, num de seus ensaios mais famosos dentre os publicados no Brasil, o crítico solicita abertamente: “não incentivem o romance”, um gênero que, segundo sua perspectiva, já sofre os efeitos da caducidade, juntamente com a democracia (uma de suas progenitoras).
Porém, focando no ensaio que dá nome ao livro, Bernardinelli, de início, confronta a obsessão política característica do pós-estruturalismo; isto é, o crítico italiano parte do pressuposto – que em outros tempos seria uma obviedade – de que a política não é a realidade última, nem a filosofia primeira. Em seus termos:
A política não abarca todos os pensamentos de um indivíduo, talvez nem mesmo os de um político profissional. Uma infinidade de atividades sociais continua a seguir seu próprio curso de forma autônoma, ignorando quase sempre quem governa e quem é oposição. Os escritores, e no geral os intelectuais e os artistas, mesmo quando se esforçam para compreender e definir o presente não o fazem com as categorias, as preocupações, a linguagem que imperam na atividade propriamente política (no Estado, nos partidos, nos movimentos sociais).

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