Espaço-Tempo
é uma organização decorrente da produção de alunos vinculados aos programas de Pós-Graduação de História e de Geografia, do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que frequentaram a disciplina Geografia Cultural, Espacialidade da Religião e Cultura Popular. Nele, o leitor pode encontrar a perspectiva geo-histórica discutida em escalas espaços-temporais variadas, o que possibilita navegar por panoramas temáticos plurais. Espaço-Tempo se constitui em uma vereda a ser explorada pelos interessados em contextos reflexivos nos quais o espaço emerge como condição para a organização da sociedade. Esses contextos podem ser lidos e interpretados a partir da memória, da identidade, do sagrado, do profano, da arte e da guerra.
Espaço e tempo seriam categorias universais ou singulares, plurais ou sintéticas? Poderíamos, em um exercício metateórico, colocar as próprias questões que abrem essa apresentação em dúvida e novamente indagar se tais formulações são válidas, na medida em que parecem adentrar por respostas que induzem à dualidade entre o sim e o não. Pensamos, portanto, em recolocar as questões, induzindo à reflexão para talvez respondê–las, de modo que espaço e tempo passam a ser categorias que assumem por vezes uma matriz universal, singular, plural ou sintética. Pensamos, assim, na possibilidade de entendermos que espaço e tempo são transversais à vida que corre na Terra em suas mais distintas dimensões: físicas, ambientais, materiais e imateriais, e se constituem na trama das práticas que enredam as experiências vividas.
A disciplina Geografia Cultural, Espacialidade da Religião e Cultura Popular, ofertada no segundo semestre de 2014, pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, constituiu-se um desafio a ser explorado. Trata-se do desafio de colocar em suspenso as afirmações definitivas e investir em trajetórias que possibilitassem um diálogo entre as categorias e as áreas de conhecimento que estão tracejando os caminhos daqueles (alunos e docentes) que se dispuseram a passar um semestre conversando e pondo em cheque pontos de vistas, teorias, ideias, projetos e pesquisas.
Os resultados dessa colocação são textos que revelam caminhos, percepções e teorias alicerçadas em reflexões que põem em contato pensadores das áreas de Geografia, História, Antropologia e Arquitetura. Mais do que sínteses, os textos abrem possibilidades e refletem o processo difícil e conflituoso o qual perpassa a construção de uma dissertação de mestrado. O leitor estará diante de elaborações que não são definitivas, mas denunciam os seus autores quanto as suas dúvidas, incertezas e imprecisões que se apresentam quando se deparam com situações de escolhas.