Invenção Do Desenho: Ficções Da Memória

Este é o segundo livro de memórias de Alberto da Costa e Silva. O primeiro, O espelho do príncipe, foi publicado em 1994. Cobria o período da infância em Fortaleza e a vinda da família para o Rio de Janeiro. Invenção do desenho retoma a partir daí a narrativa.


Nem um nem outro livro é autobiografia, memória sistemática de acontecimentos que obedeça a cronologia rigorosa. Ambos receberam o subtítulo de ficções da memória e se apresentam como uma coleção de fragmentos. Não há eventos concatenados, não há mesmo datas completas. Em Invenção do desenho, só há uma data precisa, a da morte do pai. Quem quiser localizar com mais precisão os fatos terá que recorrer às referências aos acontecimentos políticos. A menção à deposição de Vargas, por exemplo, permite localizar o início das presentes memórias em 1945, quando o autor tinha catorze anos e estava no Rio de Janeiro havia dois. Do mesmo modo, o registro do fim do governo de Juscelino e da posse de Jânio Quadros coloca em 1961 o ponto final, embora nesse caso o autor informe ao leitor que atingira a maturidade dos trinta anos. Tendo nascido em 1931, uma simples aritmética fornece a data.
Memória, ficção e fragmento constituem a estratégia narrativa adotada por Alberto da Costa e Silva. Quanto de ficção contém a memória, só ele saberá dizer. Alguma ficção toda memória há de ter. Não há quem possa, após tanto tempo decorrido e tanto esforço despendido em construir uma narrativa de si mesmo, reproduzir fielmente acontecimentos, impressões, sentimentos. A recuperação do passado será sempre uma operação do presente. O que importa, então, é a eficácia da narrativa adotada. No caso presente, a opção por fazer uso de fragmentos de memória, com seus inevitáveis ingredientes ficcionais, mostra-se altamente eficaz. Ela permite ao autor selecionar episódios e personagens marcantes que, mesmo vistos sob a óptica do adulto, revelam com alto grau de convencimento o percurso que o levou da juventude à maturidade.

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Invenção Do Desenho: Ficções Da Memória

Este é o segundo livro de memórias de Alberto da Costa e Silva. O primeiro, O espelho do príncipe, foi publicado em 1994. Cobria o período da infância em Fortaleza e a vinda da família para o Rio de Janeiro. Invenção do desenho retoma a partir daí a narrativa.
Nem um nem outro livro é autobiografia, memória sistemática de acontecimentos que obedeça a cronologia rigorosa. Ambos receberam o subtítulo de ficções da memória e se apresentam como uma coleção de fragmentos. Não há eventos concatenados, não há mesmo datas completas. Em Invenção do desenho, só há uma data precisa, a da morte do pai. Quem quiser localizar com mais precisão os fatos terá que recorrer às referências aos acontecimentos políticos. A menção à deposição de Vargas, por exemplo, permite localizar o início das presentes memórias em 1945, quando o autor tinha catorze anos e estava no Rio de Janeiro havia dois. Do mesmo modo, o registro do fim do governo de Juscelino e da posse de Jânio Quadros coloca em 1961 o ponto final, embora nesse caso o autor informe ao leitor que atingira a maturidade dos trinta anos. Tendo nascido em 1931, uma simples aritmética fornece a data.
Memória, ficção e fragmento constituem a estratégia narrativa adotada por Alberto da Costa e Silva. Quanto de ficção contém a memória, só ele saberá dizer. Alguma ficção toda memória há de ter. Não há quem possa, após tanto tempo decorrido e tanto esforço despendido em construir uma narrativa de si mesmo, reproduzir fielmente acontecimentos, impressões, sentimentos. A recuperação do passado será sempre uma operação do presente. O que importa, então, é a eficácia da narrativa adotada. No caso presente, a opção por fazer uso de fragmentos de memória, com seus inevitáveis ingredientes ficcionais, mostra-se altamente eficaz. Ela permite ao autor selecionar episódios e personagens marcantes que, mesmo vistos sob a óptica do adulto, revelam com alto grau de convencimento o percurso que o levou da juventude à maturidade.

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