
A poesia marginal dos anos 1970, que com uma máquina de mimeógrafo deu um caráter de guerrilha à poética de vários artistas, marcou de forma indelével a cena paranaense, em especial a curitibana.
Um grupo significativo de autores presentes neste segundo volume de 101 Poetas Paranaenses se guiou pelas práticas do “faça-você-mesmo” poético, publicando livros artesanais, se reunindo em saraus e escrevendo poesia a quatro, seis e até a oito mãos. Talvez, por isso, o leitor se surpreenda em encontrar alguns nomes neste livro, muitos com bibliografia reduzida ou mesmo inexistente. O que não significa falta de conteúdo e produção. Pelo contrário.
Se os poetas dos anos 1970 se defendiam do jeito que dava, subvertendo o esquema editorial de então, valendo-se das formas alternativas de impressão e publicação, a geração subsequente e as mais novas fazem o mesmo, só que agora no campo virtual, em revistas, blogs e redes sociais.
Em comum, esses autores escrevem no mesmo idioma, o português brasileiro contemporâneo, nasceram ou migraram para o Paraná. Fora isso, eles são muito diferentes entre si. Há professores, jornalistas, publicitários, funcionários públicos, profissionais liberais e até poetas puro-sangue, aqueles raros que se dedicam exclusivamente à arte.
Outro traço comum, sobretudo entre aqueles que entraram em cena nas últimas décadas, é a prática da tradução — quase uma exigência informal, prática que aproxima o poeta de outras culturas e aprimora a sensibilidade e a própria poesia.
Evidentemente que há exceções, personalidades ímpares e imaginários inusitados, o que só confirma a regra: os poetas reunidos no segundo volume de 101 Poetas Paranaenses dialogam com os impasses do presente e tratam dos grandes temas, o amor, a morte, as paixões e até mesmo a reflexão sobre o fazer poético e, sempre, o espanto de seguir nesta irreversível viagem pela máquina do mundo.

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