Valeriano Piñeiro-Naval & Paulo Serra (Edits.) – Cultura, Património E Turismo Na Sociedade Digital: Uma Perspetiva Ibérica
Em pleno século XXI, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) têm vindo a desempenhar um papel capital no desenvolvimento das indústrias culturais e de lazer, ao mesmo tempo que as têm sobredimensionado até convertê-las em agentes potenciadores não só da economia dos países ibéricos, mas também da identidade social dos seus cidadãos.
Pretende-se, com a edição do livro Cultura, Património E Turismo Na Sociedade Digital, aprofundar a reflexão académica sobre as interações que se dão entre estes três importantes fenómenos através dos media e das TIC’s.
Esta publicação é constituída por sete capítulos, de autores portugueses e espanhóis, afiliados a diferentes instituições superiores, com formações discipli-nares heterogéneas e tendo em conta perspetivas teóricas e metodológicas diversas.
No seu conjunto, prevalece um argumento subjacente: o de que o turismo está a converter-se hoje numa experiência cada vez mais global, complexa e integrada, em que é difícil isolar segmentos ou nichos específicos.
Por outras palavras, o turismo está a tornar-se todo ele cultural, entendendo aqui a palavra “cultura” no seu sentido antropológico, totalizador.
De acordo com a definição da World Tourism Organization (UNWTO), “ O turismo é um fenômeno social, cultural e econômico que envolve o movimento de pessoas para países ou lugares fora de seu ambiente habitual para fins pessoais ou de negócios/profissionais.”
Sublinhemos, nesta definição, a palavra “movimento”. Movimento significa, neste contexto, viagem. Parafraseando o conhecido dito de que “Ninguém é profeta na sua terra”, podemos dizer que ninguém é turista sem sair do seu lugar, sem fazer uma viagem, por mais pequena que ela seja.
A viagem pode ser vista como a nossa condição antropológica de base: não no sentido metafórico, pessoano, de que “Para viajar basta existir” (Pessoa, 1998, fragmento 451) – pelo que, existindo, estamos sempre em viagem –, mas no sentido em que, desde o nomadismo pré-histórico, a necessidade de passarmos de um lugar a outro aparece como uma exigência permanente das nossas vidas.
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