
Mulheres Atingidas: Territórios Atravessados Por Megaprojetos surge de uma demanda e um desafio composto de duas facetas. Primeiro, a necessidade de buscarmos e sistematizarmos dados dos impactos vividos em territórios atingidos por megaprojetos, para subsidiar denúncias e ações de incidência nacionais e internacionais. Segundo, a necessidade de fazer isso desde a perspectiva da economia política feminista e das práticas políticas das mulheres retratadas em seus corpos-territórios de resistência.
A demanda e o desafio se aparam também nos impactos, violações e perdas que são objetivas e subjetivas, que partem das remoções, invasões, contaminação, mortes de pessoas e da natureza, violências e, também, a perda da autonomia das mulheres e comunidades sobre os territórios, suas formas de vida e as dores físicas e emocionais que são imensuráveis.
Dessa forma, Mulheres Atingidas nasce com a intenção de adentrar nos territórios e investigar os impactos específicos vividos por mulheres e suas resistências em contexto de atuação de megaprojetos.
Nosso universo compreende seis casos delimitados em cinco estados diferentes (RJ, MG, PA, MA e PE) e o compartilhamento de duas experiências de lutas protagonizadas por mulheres na Guatemala e no Haiti, como expressões da luta das mulheres contra os megaprojetos na América Latina e Caribe.
Somado a esses casos trazemos um artigo inicial que propõe o debate dos direitos humanos desde a perspectiva de gênero; alguns casos e instrumentos de denúncias; e o entendimento sobre o que são os megaprojetos, seus impactos e o padrão de impactos vivenciados pelas mulheres, especifica e cotidianamente.
Este foi um trabalho orquestrado totalmente por mulheres, em todas suas etapas, desde a concepção até a diagramação e revisão. A construção de cada capítulo contou com o trabalho de mulheres pesquisadoras-militantes, que se relacionam com os territórios e suas lutas, e uma companheira que atua junto a grupos de pesquisa latino-americanos para trazer a experiência dos demais países.
