O livro Cinema E Outras Artes Vol. II: Diálogos E Inquietudes Artísticas possui uma especificidade no questionamento da relação entre o cinema e as demais artes.
São aqui reunidas investigações que revisitam Artes cuja relação com o cinema possui uma já relevante tradição académica, como seja a Arquitetura ou a Pintura.
Por seu lado, outras Artes como a Música, cujos estudos são mais recentes, têm, igualmente, lugar de destaque. Pretendemos assim evidenciar e estimular o vasto campo de investigação que reflete sobre a relação entre o cinema e as restantes artes.
No primeiro capítulo temático, Arquitetura e Artes Plásticas, os autores Yolanda Martínez Domingo, Josefina González Cubero e Alba Zarza Arribas, a partir do enigmático prisma do filme 2001: Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, avançam para as influências que aqueles sólidos geométricos tiveram na arquitetura contemporânea; e Luís Nogueira continua no domínio da ficção científica, operacionalizando uma aproximação entre o fílmico e a metrópole futurista.
Ana Isabel Albuquerque centraliza a sua pesquisa no filme de animação Feral (2013), de Daniel Sousa, para dali extrair singularidades em técnicas de expressão plástica.
O desenho é também território de trabalho de Felipe Muanis, cruzando estratégias similares entre o cinema-vérité e a banda desenhada documental, exercitando, a partir daquela constatação, um conceito de BD vérité.
Maria Elisa Trindade destaca, por sua vez, o papel do desenho no processo de criação cinematográfico, seja através de storyboards, auxiliares de visualização de atmosferas, ou mesmo como suporte para cenas de maior complexidade; e Carlos Trindade debruça-se sobre as influências da pintura na cor e luz cinematográficas, traçando um percurso de intenso diálogo entre as duas artes, enquanto contabiliza um défice na construção de um discurso próprio por parte do cinema.
A Dança, a Performance e a Música são colocadas no mesmo capítulo para assim reunirem os contributos que lançam questões sobre a relação entre a imagem cinematográfica, o gesto artístico da dança e da performance e as diversas sonoridades, enquanto componentes não apenas de acompanhamento, mas de evidentes ou subtis diálogos e inquietudes.
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