Paul Ricoeur

A obra de Paul Ricoeur (1913-2005), um dos maiores filósofos do século XX, nos oferece tantos motivos para filosofar quanto a sua extensa e criativa produção que representa o auscultar dos grandes problemas filosóficos do nosso tempo.


Difícil se torna encontrar pontos que possibilitem repensar com o filósofo um conjunto de problemas significativos para um projeto filosófico que pretenda aprender com ele o gosto da aporia e a busca incessante de motivos para filosofar.
Para formular um projeto filosófico e, ao mesmo tempo, entrar em contato com o todo da obra do autor em destaque, faz-se mistér acompanhar seu itinerário filosófico, na tentativa de surpreender, num amplo horizonte, as intenções de seu filosofar, para, num segundo momento, tentar realizar um recorte, destacando alguns pontos, sem mutilar a totalidade e a organicidade dos motivos de um pensamento cuja característica foi a profunda sensibilidade e a atenção às exigências do momento histórico e político de seu tempo, sem deixar de colocar o questionamento na perspectiva da tradição filosófica.
Tal gesto caracteriza um dos aspectos mais originais de seu estilo de filosofar, ou seja, sua capacidade de debruçar-se sobre a tradição filosófica, não só para reconstruí-la, mas para recriar as grandes aporias filosóficas numa ambiência contemporânea, praticando com maestria o que Gadamer nos recomenda, em Verdade e método, com a ideia de história dos efeitos.
Portanto, em Ricoeur não se trata apenas de trazer à tona a tradição, mas de atualizá-la com questões pertinentes ao momento vivido, que ele próprio, em várias entrevistas sobre o seu itinerário intelectual, caracterizou como pensamento aporético, ou seja, sempre aberto para novas interrogações, uma obra em processo, sempre explorando novas sendas.
Dessa forma, nesse longo e produtivo itinerário filosófico podemos surpreender uma sequência de delineamentos de interesses e problemas filosóficos que se sucedem e diversificam, mas possuem um fio condutor, coerente com suas posições filosóficas de pensador comprometido com seu tempo, que nos dá um testemunho de inteireza e fidelidade às suas opções com relação ao mundo, ao homem, à história e a Deus, sem cair em atitudes apologéticas, mantendo o rigor e a coerência do discurso filosófico.

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Para formular um projeto filosófico e, ao mesmo tempo, entrar em contato com o todo da obra do autor em destaque, faz-se mistér acompanhar seu itinerário filosófico, na tentativa de surpreender, num amplo horizonte, as intenções de seu filosofar, para, num segundo momento, tentar realizar um recorte, destacando alguns pontos, sem mutilar a totalidade e a organicidade dos motivos de um pensamento cuja característica foi a profunda sensibilidade e a atenção às exigências do momento histórico e político de seu tempo, sem deixar de colocar o questionamento na perspectiva da tradição filosófica.
Tal gesto caracteriza um dos aspectos mais originais de seu estilo de filosofar, ou seja, sua capacidade de debruçar-se sobre a tradição filosófica, não só para reconstruí-la, mas para recriar as grandes aporias filosóficas numa ambiência contemporânea, praticando com maestria o que Gadamer nos recomenda, em Verdade e método, com a ideia de história dos efeitos.
Portanto, em Ricoeur não se trata apenas de trazer à tona a tradição, mas de atualizá-la com questões pertinentes ao momento vivido, que ele próprio, em várias entrevistas sobre o seu itinerário intelectual, caracterizou como pensamento aporético, ou seja, sempre aberto para novas interrogações, uma obra em processo, sempre explorando novas sendas.
Dessa forma, nesse longo e produtivo itinerário filosófico podemos surpreender uma sequência de delineamentos de interesses e problemas filosóficos que se sucedem e diversificam, mas possuem um fio condutor, coerente com suas posições filosóficas de pensador comprometido com seu tempo, que nos dá um testemunho de inteireza e fidelidade às suas opções com relação ao mundo, ao homem, à história e a Deus, sem cair em atitudes apologéticas, mantendo o rigor e a coerência do discurso filosófico.

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