Religião E Revolução

A obra Religião E Revolução identifica e analisa as investigações sociológicas de Friedrich Engels sobre a relação entre religião e política.

A defesa da Liberdade Religiosa e da Laicidade sempre esteve presente na narrativa de evangélicos no Brasil durante a República. Se apresentam como defensores da democracia indicando que o ganho de visibilidade que tiveram desde o século passado é resultado da quebra da hegemonia católica em boa parte oriunda do fortalecimento do segmento evangélico que já teria sido perseguido no período colonial brasileiro.

O caráter combativo destes atores sociais do mainstream evangélico sempre esteve circunscrito à luta pela igualdade de condições de seu segmento religioso em relação à Igreja Católica. A luta contra a desigualdade social e contra a fome na qual se somavam alguns desses líderes e políticos evangélicos conservadores, não significava um combate ao sistema econômico capitalista ou o enfrentamento das questões raciais e de gênero que compõem, juntas, a estrutura sobre a qual se assentam as injustiças no Brasil.

Uma acomodação a essa ordem social compunha os modos de atuação da maioria de evangélicos na sociedade. No entanto, o cristianismo guarda em si um potencial revolucionário. Neste mesmo período, a força do evangelho mobilizou muitas mentes e corações animando-os para o enfrentamento das mais variadas aflições que existiam no país, ainda que com pouca visibilidade diante do modus operandi ostensivo do mainstream evangélico mais conservador e à direita no espectro ideológico.

É sobre esses cristãos que pretendem enfrentar a ordem social animados por suas comunidades de fé que Wallace Cabral falará ao longo de Religião E Revolução: A Sociologia Da Religião De Friedrich Engels. O destaque que o autor dá ao caráter revolucionário do cristianismo é oportuno por alguns motivos.

Em primeiro lugar, Wallace Cabral faz uma leitura muitíssimo cuidadosa de obras de Karl Marx e Friedrich Engels, assim como se vale da reflexão de inúmeros comentadores, deixando envergonhados aqueles que repetiam ou repetem que o marxismo se restringe a tratar a religião como ópio do povo.

Ao longo dos capítulos que compõem o livro, o autor apresenta pormenorizadamente as contribuições de Marx e Engels, principalmente deste último, sobre o fenômeno religioso e seu potencial ambíguo: como elemento de acomodação à ordem, mas também como confrontador dela.

Em segundo lugar, Religião E Revolução é oportuno diante do “espírito do tempo” marcado pelo profundo questionamento de desigualdades econômicas interseccionadas com raça e gênero. Evangélicos auto identificados como de esquerda ou progressistas vinculados as mais diversas denominações estão presentes entre esses questionadores do status quo no Brasil contemporâneo.

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A obra Religião E Revolução identifica e analisa as investigações sociológicas de Friedrich Engels sobre a relação entre religião e política.

A defesa da Liberdade Religiosa e da Laicidade sempre esteve presente na narrativa de evangélicos no Brasil durante a República. Se apresentam como defensores da democracia indicando que o ganho de visibilidade que tiveram desde o século passado é resultado da quebra da hegemonia católica em boa parte oriunda do fortalecimento do segmento evangélico que já teria sido perseguido no período colonial brasileiro.

O caráter combativo destes atores sociais do mainstream evangélico sempre esteve circunscrito à luta pela igualdade de condições de seu segmento religioso em relação à Igreja Católica. A luta contra a desigualdade social e contra a fome na qual se somavam alguns desses líderes e políticos evangélicos conservadores, não significava um combate ao sistema econômico capitalista ou o enfrentamento das questões raciais e de gênero que compõem, juntas, a estrutura sobre a qual se assentam as injustiças no Brasil.

Uma acomodação a essa ordem social compunha os modos de atuação da maioria de evangélicos na sociedade. No entanto, o cristianismo guarda em si um potencial revolucionário. Neste mesmo período, a força do evangelho mobilizou muitas mentes e corações animando-os para o enfrentamento das mais variadas aflições que existiam no país, ainda que com pouca visibilidade diante do modus operandi ostensivo do mainstream evangélico mais conservador e à direita no espectro ideológico.

É sobre esses cristãos que pretendem enfrentar a ordem social animados por suas comunidades de fé que Wallace Cabral falará ao longo de Religião E Revolução: A Sociologia Da Religião De Friedrich Engels. O destaque que o autor dá ao caráter revolucionário do cristianismo é oportuno por alguns motivos.

Em primeiro lugar, Wallace Cabral faz uma leitura muitíssimo cuidadosa de obras de Karl Marx e Friedrich Engels, assim como se vale da reflexão de inúmeros comentadores, deixando envergonhados aqueles que repetiam ou repetem que o marxismo se restringe a tratar a religião como ópio do povo.

Ao longo dos capítulos que compõem o livro, o autor apresenta pormenorizadamente as contribuições de Marx e Engels, principalmente deste último, sobre o fenômeno religioso e seu potencial ambíguo: como elemento de acomodação à ordem, mas também como confrontador dela.

Em segundo lugar, Religião E Revolução é oportuno diante do “espírito do tempo” marcado pelo profundo questionamento de desigualdades econômicas interseccionadas com raça e gênero. Evangélicos auto identificados como de esquerda ou progressistas vinculados as mais diversas denominações estão presentes entre esses questionadores do status quo no Brasil contemporâneo.

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