Compreendendo que o Direito é simbiótico com a Arte, sendo potencialmente um instrumento de inclusão, embora comumente seja um mecanismo de exclusão, a obra Direito E Cinema Latino-Americano vem protagonizar o debate acerca da necessidade de reconhecimento de saberes técnico científicos e expressões audiovisuais, localizadas no espaço americano, que demonstram a multiplicidade de intersecções e a potencialidade de ampliação de cosmo-percepções das Ciências Sociais Aplicadas.
É dessa forma que análises e temas muito caro são trazidos pelas autoras e autores à discussão, como a análise realiza da por Luciana Sabbatine Neves acerca de obra literária de Goffredo Telles Junior, e Corpo em Delito, filme de Nuno César de Abreu, atinentes ao período da ditadura militar brasileira.
Também, Luiz Gonzaga Silva Adolfo e Lucas Gonzaga Vieira Adolfo vêm abordar as possíveis implicações jurídicas na adaptação de obras literárias para o cinema, a partir de estudo de caso sobre o filme Lavoura Arcaica.
Já Thúlio José Michilini Muniz de Carvalho se debruça sobre a relação entre Direito, poder e violência, a partir da análise do filme Árido Movie. Synara Veras de Araújo, ao seu turno, discute direitos sexuais e sua percepção sociais, a partir de reflexões ensejadas pelo filme XXY.
Por sua vez, Pedro Henrique Corrêa Guimarães e Maria Cristina Vidotte Blanco Tarrega trazem interesse análise sobre o filme O Som ao Redor e a representação das violências urbana e de gênero na sociedade brasileira contemporânea. E Regis Frota Araújo faz incursões jurídicas sobre a obra fílmica do cineasta chileno Pablo Larraín.
Giulia Yumi Zaneti Simokomaki, Mylena Gonçalves, Rafael Tubone Magdaleno, Rodrigo André Zalaquett de Oliveira e Yara Alves Gomes discorrem sobre a interdisciplinaridade entre Direito e Cinema, relacionando aspectos jurídicos ao filme Zama. Yasmim Carina Bastos Ribas e Anna Ortiz Borges Coelho apresentam análise sobre questões de gênero, etnia e classe no filme Roma, refletindo sobre o direito à igualdade na sociedade mexicana.
Por fim, o filme Bacurau é objeto de duas investigações distintas. Felipe de Araujo Chersoni e Giovanna Botini Zortea o analisam em interlocução entre Direito e Psicanálise, com atenção ao direito à memória, humanismo e resistência. Já o organizador signatário faz reflexão sobre sua relação com o objetivo sustentável de erradicação da pobreza, aquilombamento e o direito ao desenvolvimento.
Direito E Cinema Latino-Americano, tomando o Cinema como um instrumento de ressignificação cultural, empreende uma ação literária de valorização do espírito latino americano e de construção de aportes epistemológico s voltados à efetivação de direitos humanos e fundamentais.
É ativismo, é luta por meio da linguagem, é um manifesto inserto em seu tempo e espaço: a nossa América Latina de 2021.