
O livro Democracia Participativa, Sociedade Civil E Território, que compõe a coleção Capacidade Estatal e Democracia do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV), busca descrever por meio dos textos dos pesquisadores que fazem parte do Grupo de Trabalho Democracia Participativa, Sociedade Civil e Território, e através do texto final do convidado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), questões sobre a participação e a mobilização social no Brasil.
Democracia Participativa, Sociedade Civil E Território, como resultado de pesquisas desenvolvidas pelos pesquisadores do Grupo de Trabalho, poderá nos ajudar a organizar a reflexão no interior desse grupo e ao mesmo tempo contribuir para as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no Brasil e no mundo sobre essas temáticas.
Os canais de participação e de interlocução entre Estado e sociedade, a pressão das mobilizações sociais para que as agendas dos atores sociais sejam incorporadas pelos governos, e a importância do território e da inclusão dos atores sociais nos debates sobre as transformações urbanas são temas aqui retratados.
Os atores sociais são, em muitos textos aqui apresentados, o foco das abordagens, pois atuam no interior das instituições participativas, como fóruns, conselhos, o Orçamento Participativo e as ruas, tensionando e pressionando os governos por meio das mobilizações sociais.
O surgimento de novas formas de participação cidadã para exercer influência nas políticas públicas representa um importante desafio para a teoria democrática, que se baseava na representação eleitoral como único meio de expressão dos cidadãos frente ao governo, principalmente no século XX.
As experiências participativas estimularam o debate entre participação e representação política, principalmente depois da incorporação de desenhos participativos nas instituições públicas que estabeleciam canais de interlocução entre Estado e sociedade.
Os fóruns políticos de participação direta, que enriqueceram o debate público e a deliberação de diretrizes políticas, foram associados a espaços de representação, geralmente vinculados ao controle social das políticas definidas, algo que ocorre em diversas experiências de orçamentos participativos em nível internacional.
