A Rua Em Transe

O leitor descobrirá um empreendimento descritivo e interpretativo sobre a construção de vínculos relacionais dentre as pessoas em situação de rua.

Neste livro, o leitor descobrirá um empreendimento descritivo e interpretativo sobre a construção de vínculos relacionais dentre as pessoas em situação de rua que coloca em xeque certos aprioris a respeito de seu isolamento e da inexistência de laços sociais e afetivos a que estariam submetidas.

Desafiando os pressupostos utilitaristas e instrumentalistas sobre suas condições de existência, sobre os sentidos da circulação das coisas, dos favores e das dádivas dentre estes indivíduos, a etnografia desvela a dimensão simbólica destas trocas e a densidade das redes estabelecidas dentre os pares, com a família de origem, com os voluntários de organizações religiosas e os clientes de pequenos serviços prestados no espaço público, evidenciando códigos de conduta e lógicas que regem a dinâmica das reciprocidades e simetrias, assim como o reforço de assimetrias e de relações de poder identificadas pelo autor.

Como condição necessária ao desvelamento destes aspectos fundamentais para a compreensão deste modo de vida que desafia o sistema hegemônico, embora resulte dele, foi preciso que o pesquisador se deixasse guiar pelos seus interlocutores, transpusesse a zona de conforto da relação de alteridade, desconstruísse os limites imaginários de sua própria identidade e status social, num esforço de aproximação, comunicação e partilha do espaço, do tempo, do alimento, das confidências, da própria existência dessas pessoas.

Sou testemunha do ato de doação e de transformação de si que Tiago empreendeu, da escuta atenta e respeitosa, do corpo-a-corpo delicado e sensível, da priorização da dúvida e do questionamento em detrimento da imposição de certezas aparentes e objetivantes sobre o Outro – estes atributos parecem-me condições indispensáveis para o esforço dialógico na construção do conhecimento antropológico.

Não tenho dúvidas de que o leitor sentir-se-á gratificado e, sobretudo, afetado, pela etnografia que ele aqui nos oferece. Que ela seja capaz de agenciar a comunicação entre mundos que não se conhecem nem se reconhecem, mas, sobretudo, que ela contribua para a visibilização e legitimação de segmentos sociais que se insurgem pela mera forma de ser e resistir.

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Desafiando os pressupostos utilitaristas e instrumentalistas sobre suas condições de existência, sobre os sentidos da circulação das coisas, dos favores e das dádivas dentre estes indivíduos, a etnografia desvela a dimensão simbólica destas trocas e a densidade das redes estabelecidas dentre os pares, com a família de origem, com os voluntários de organizações religiosas e os clientes de pequenos serviços prestados no espaço público, evidenciando códigos de conduta e lógicas que regem a dinâmica das reciprocidades e simetrias, assim como o reforço de assimetrias e de relações de poder identificadas pelo autor.

Como condição necessária ao desvelamento destes aspectos fundamentais para a compreensão deste modo de vida que desafia o sistema hegemônico, embora resulte dele, foi preciso que o pesquisador se deixasse guiar pelos seus interlocutores, transpusesse a zona de conforto da relação de alteridade, desconstruísse os limites imaginários de sua própria identidade e status social, num esforço de aproximação, comunicação e partilha do espaço, do tempo, do alimento, das confidências, da própria existência dessas pessoas.

Sou testemunha do ato de doação e de transformação de si que Tiago empreendeu, da escuta atenta e respeitosa, do corpo-a-corpo delicado e sensível, da priorização da dúvida e do questionamento em detrimento da imposição de certezas aparentes e objetivantes sobre o Outro – estes atributos parecem-me condições indispensáveis para o esforço dialógico na construção do conhecimento antropológico.

Não tenho dúvidas de que o leitor sentir-se-á gratificado e, sobretudo, afetado, pela etnografia que ele aqui nos oferece. Que ela seja capaz de agenciar a comunicação entre mundos que não se conhecem nem se reconhecem, mas, sobretudo, que ela contribua para a visibilização e legitimação de segmentos sociais que se insurgem pela mera forma de ser e resistir.

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