
A História da Violência e da Criminalidade possui raízes profundas em solos brasileiros. Desde os anos 1960, com a publicação de “Homens livres na ordem escravocrata” e seu código do sertão, a temática começa a se consolidar nessas margens do Atlântico.
Mas é justo afirmar que foi a partir do final dos anos 1970, com a consolidação dos programas de pós-graduação em História e Ciências Sociais, que a violência, o crime, as prisões e as múltiplas facetas da justiça se tornam temas importante na nossa historiografia. Pesquisas como as de Marcos Bretas, Sidney Chalhoub, Marta Abreu, Boris Fausto, Raquel Soihet, dentre outros, fomentaram um caminho sem volta.
Como todo fruto de um projeto editorial, Crime, Justiça E Sistemas Punitivos não deu menos trabalho. A escrita de uma apresentação representa um profundo ufa de dever cumprido! Pois, ao menos em nosso caso, foi uma infinidade de trocas de e-mails e ações que permitiu com que contássemos com a participação de pesquisadores de várias latitudes e instituições produtoras de conhecimento de qualidade no âmbito do que convencionalmente se vêm chamando História Social do Crime, da Polícia e da Justiça Criminal.
Os trabalhos que a seguir serão apresentados são em grande parte fruto de pesquisas expostas e discutidas no IV Simpósio Nacional de História do Crime, Polícia e Justiça Criminal, realizado em Recife, entre os dias 12 e 14 de setembro de 2018, com o apoio da Capes, pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Católica de Pernambuco (PPGHUNICAP).
Mas como dissemos, só em parte, porque àqueles trabalhos foram somadas contribuições de docentes e pesquisadores da Argentina, Colômbia, Estados Unidos e da Espanha, transformando a presente coletânea num instrumento de consulta muito mais rico, tanto para um público especializado, quanto para interessados em geral, que buscam dar os primeiros passos com uma publicação que pretende contribuir com a historiografia das temáticas que dão aderência à obra.
Crime, Justiça E Sistemas Punitivos está dividido em três seções, a primeira delas “O crime em cena” está composta por dez capítulos, o segundo “(Des)ordem, polícias e policiamento” por outros cinco, e nove o terceiro intitulado “Sistemas penais, estabelecimentos prisionais e administração de justiça”.
