Egito Antigo

A ideologia egípcia tende a apresentar a história da sua civilização, que se estende por mais de três milênios, no quadro de uma continuidade bastante fixa.
A história é contada de modo a apagar acontecimentos que poderiam ser interpretados como rupturas.

Assim, a inscrição de um alto funcionário chamado Més menciona o ano 59 de Horemheb (cerca de 1290 a.C.), embora esse faraó não tenha mais que 29 ou 30 anos de reinado.
Não se trata de um erro, mas de um ato voluntário. Na verdade, foi acrescentado aos anos de reinado efetivo do rei o intervalo de tempo que o separa de Amenhotep III (cerca de 1385 a 1345 a.C.); os reinados de Akhenaton/Amenhotep IV e de seus sucessores foram excluídos dessa história reconstruída pela ideologia egípcia.
Na apresentação da sua história, os egípcios não buscam destacar as particularidades dos acontecimentos uns em relação aos outros. Ao contrário, desejam mostrar esses acontecimentos como a repetição ininterrupta do que existe desde os tempos da criação e durante o reinado dos deuses na terra.
O Egito Antigo conhece três grandes fases históricas: a pré-dinástica, a época faraônica e o período greco-romano. O início e o fim da época faraônica se inscrevem em contextos particulares. A época tinita é marcada pela criação dos principais elementos que vão caracterizar o Egito durante mais de três milênios.
A sociedade da Baixa Época, fortemente marcada por influências estrangeiras, enquadra-se num contexto de profunda mudança das mentalidades e valores egípcios. A civilização egípcia se desenvolve sob três grandes impérios: o Antigo Império, o Médio Império e o Novo Império. Cada época de final de império desembocou em períodos de perturbações, qualificados de Períodos Intermediários.
Estes se caracterizam principalmente pelo rompimento da unidade política e territorial do Egito após um decréscimo da autoridade do poder real. Esse poder enfraquecido pode então ser substituído, conforme os períodos considerados, por dinastias locais que partilham o poder ou por dinastias estrangeiras.
Os Períodos Intermediários ainda hoje são mal conhecidos e difíceis de circunscrever com precisão. Por outro lado, os faraós egípcios são agrupados em dinastias numeradas de um a trinta, segundo uma classificação da Aegyptiaca de Maneton, um sacerdote do começo do século III a.C.. De aproximadamente 3000 a 332 a.C., ao longo dessas trinta dinastias, a civilização egípcia se desenvolve e deixa sua marca no mundo.
Assim, pode-se perceber quão vasta é a tarefa de escrever uma História do Egito Antigo, para a qual nos limitaremos a apresentar as linhas gerais, indicando algumas pistas a explorar.

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A ideologia egípcia tende a apresentar a história da sua civilização, que se estende por mais de três milênios, no quadro de uma continuidade bastante fixa.
A história é contada de modo a apagar acontecimentos que poderiam ser interpretados como rupturas. Assim, a inscrição de um alto funcionário chamado Més menciona o ano 59 de Horemheb (cerca de 1290 a.C.), embora esse faraó não tenha mais que 29 ou 30 anos de reinado.
Não se trata de um erro, mas de um ato voluntário. Na verdade, foi acrescentado aos anos de reinado efetivo do rei o intervalo de tempo que o separa de Amenhotep III (cerca de 1385 a 1345 a.C.); os reinados de Akhenaton/Amenhotep IV e de seus sucessores foram excluídos dessa história reconstruída pela ideologia egípcia.
Na apresentação da sua história, os egípcios não buscam destacar as particularidades dos acontecimentos uns em relação aos outros. Ao contrário, desejam mostrar esses acontecimentos como a repetição ininterrupta do que existe desde os tempos da criação e durante o reinado dos deuses na terra.
O Egito Antigo conhece três grandes fases históricas: a pré-dinástica, a época faraônica e o período greco-romano. O início e o fim da época faraônica se inscrevem em contextos particulares. A época tinita é marcada pela criação dos principais elementos que vão caracterizar o Egito durante mais de três milênios.
A sociedade da Baixa Época, fortemente marcada por influências estrangeiras, enquadra-se num contexto de profunda mudança das mentalidades e valores egípcios. A civilização egípcia se desenvolve sob três grandes impérios: o Antigo Império, o Médio Império e o Novo Império. Cada época de final de império desembocou em períodos de perturbações, qualificados de Períodos Intermediários.
Estes se caracterizam principalmente pelo rompimento da unidade política e territorial do Egito após um decréscimo da autoridade do poder real. Esse poder enfraquecido pode então ser substituído, conforme os períodos considerados, por dinastias locais que partilham o poder ou por dinastias estrangeiras.
Os Períodos Intermediários ainda hoje são mal conhecidos e difíceis de circunscrever com precisão. Por outro lado, os faraós egípcios são agrupados em dinastias numeradas de um a trinta, segundo uma classificação da Aegyptiaca de Maneton, um sacerdote do começo do século III a.C.. De aproximadamente 3000 a 332 a.C., ao longo dessas trinta dinastias, a civilização egípcia se desenvolve e deixa sua marca no mundo.
Assim, pode-se perceber quão vasta é a tarefa de escrever uma História do Egito Antigo, para a qual nos limitaremos a apresentar as linhas gerais, indicando algumas pistas a explorar.

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