
A obra Mídia E Corpo Masculino é calcada em uma pesquisa sobre a construção de ideais de corpo e corporalidades masculinas de homens jovens frequentadores de academias de musculação, e o papel da mídia na construção da subjetividade destes sujeitos.
Desta forma, buscou-se promover uma reflexão sobre os impactos que a mídia possui nas dinâmicas de vida, bem como entender qual a dimensão da própria percepção dos participantes acerca do tema, no que se refere ao poder que eles têm sobre suas escolhas, mediante eventuais heranças culturais e arranjos familiares e sociais.
Como procedimentos metodológicos optou-se pela realização de Grupo Focal em duas academias de Palmas-TO, e os resultados são analisados a partir da Análise de Conteúdo.
No desenvolvimento do trabalho verificou-se que os homens jovens das duas academias têm posicionamentos convergentes sobre os temas propostos, e corroboram as teses levantadas pelo referencial teórico.
A pesquisa mostrou que a mídia – a partir, sobretudo, do cinema e de perfis de celebridades nas redes sociais eletrônicas – exerce influência direta na busca de um ideal de corpo masculino.
Com o objetivo de afunilar e tornar o mais transparente possível o objeto de investigação, optou-se por delimitar o tema no papel da mídia na construção de corporalidades masculinas juvenis.
Desta forma, a pesquisa é focada em homens usuários de academias de musculação, tendo em vista o peso simbólico das academias, herdeira histórica do antigo ginasium helênico e representação de um conjunto de práticas contemporâneas socialmente valorizadas.
Por fim, este estudo justifica-se pela emergência e atualidade com que se apresenta, sobretudo para observar se a mídia atua na construção da subjetividade dos homens jovens, e quais os desdobramentos desta dinâmica na vida dos mesmos.
Além disso, como defende Sodré, é imperioso que se classifique quais plataformas de comunicação têm se sobressaído no período de pós-convergência tecnológica.
Isto será mensurado a partir da investigação, no grupo focal, sobre quais meios e recursos são utilizados pelos participantes para obter informações. Birman também reforça que, muito embora a temática seja recorrente entre os psicanalistas clínicos e jornalistas engajados politicamente, como no caso de Chauí, trata-se de assunto ainda pouco explorado pelos pesquisadores brasileiros.
