A interdependência existente na relação entre produção, circulação e consumo deve contemplar a proteção do meio ambiente, assim a proposta de reflexão deste livro aborda a necessidade de discutir os resultados socioambientais das ações do homem nessas esferas. Nesse contexto, é preciso resgatar todo o movimento da ação humana e os principais impactos socioambientais decorrentes dessas ações.
Fala-se sobre as cidades como materialidade dessas mudanças socioambientais no primeiro capítulo, intitulado “Da produção ao consumo: dinâmicas urbanas para um mercado mundial”, que procura enfocar a necessidade de tratar, na totalidade, todas as relações sociais de produção, haja vista que a fragmentação no entendimento dessas esferas pode levar a uma compreensão parcial da realidade. A cidade demonstra em seu dinamismo faces que são resultados tanto da produção quanto da distribuição e do consumo. Desse modo, decompor os diversos cenários urbanos é muito importante para entender as complexidades espaciais da atualidade.
Uma explosão do consumo surge como modo ativo de relação das pessoas com os objetos, com a coletividade e com o mundo, servindo de base ao nosso sistema cultural. Os objetos não estão mais relacionados exclusivamente à sua utilidade, mas ao prestígio simbolizado por sua posse.
O segundo capítulo, denominado “Consumo e desperdício: as duas faces das desigualdades”, enfoca os problemas sociais e ambientais que se agravam com a industrialização, o incentivo ao consumo e ao descarte descontrolado de materiais, e as disparidades entre o superconsumo e o subconsumo. Uma mudança de rumo do movimento ambientalista aponta para a consideração dos direitos das gerações futuras e da visão do longo prazo, em oposição ao imediatismo observado no sistema de produção. Os conceitos de consumo sustentável, consumo inteligente e consumo solidário surgem como uma forma de incluir a preocupação com aspectos sociais e ecológicos nas atividades de consumo.
O terceiro capítulo aborda o tema “Reestruturações produtivas e organizacionais e gerenciamento ambiental” e constrói uma reflexão sobre o desenvolvimento econômico-produtivo que tem levado a uma ação predatória do meio ambiente. Isso ocorre desde a Revolução Industrial, que introduz o modelo de produção em série, seguida de mudanças organizacionais ocasionando a exploração sem limites dos diversos territórios. A lógica de localização das indústrias demonstra, no decorrer da história, graves danos não só ao ambiente como a toda a população global. Num curto espaço de tempo, acelera-se o processo de industrialização, com uma grande migração do campo para os meios urbanos, que se tornam centros de produção e consumo.
Da Produção Ao Consumo
- Ecologia, Economia, Geografia, Urbanismo
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