Fazer-se No “Estado”

Fazer-se No "Estado" nos apresenta aspectos do fazer político na vida pública brasileira que estão para muito além da questão específica focalizada.

Como se constituiu uma população LGBT no Brasil e como essa, de marginalizada e desviante, viria a se tornar sujeito de direitos e objeto de políticas públicas?

Partindo dessa questão, Silvia Aguião nos conduz aos cenários movediços em que se realizaram duas “conferências nacionais LGBT”: a primeira, em 2008, e a segunda, em 2011.

Nelas, entreteceram-se e decantaram-se os processos sociais que também forjaram políticas governamentais de combate à homofobia e de defesa de direitos relativos à diversidade sexual e de gênero, seja no plano federal, seja no do estado do Rio de Janeiro (além de outras unidades da federação), articulando agências da administração pública e da sociedade civil.

Nesse percurso tenso, os agentes e agências da “sociedade civil”, do “Estado” e da “universidade” associam-se, entrecruzam-se, superpõem-se e distanciam-se, constituindo-se como forças, a um tempo distintas e embaralhadas, na imaginação de uma “coletividade LGBT”.

Ao mesmo tempo, essa população se estatiza, inscrevendo-se como parte do espectro de políticas em luta pelo reconhecimento da “diversidade” que, muito distintas em sua sociogênese, acabaram por compartilhar esquemas de pensamento e ação quando (se) fazem “Estado”.

Ao abordar tais processos, Fazer-se No "Estado" nos apresenta, de modo denso e claro, aspectos do fazer político na vida pública brasileira que estão para muito além da questão específica focalizada.

Fazer-se No "Estado" trilha a formação da ideia de “direitos LGBT”, recuperando os estudos sobre a história da militância homossexual desde 1970 até o período abordado mais intensamente neste trabalho, de modo a ver a paulatina inflexão entre identidades, direitos e formas de ação governamental.

Para tanto, parte da perspectiva de que “O Estado” não está dado de uma vez por todas em um sistema de agências e agentes dito “público”, nem corresponde a uma ideia que pode ser subsumida a priori de textos legais e normativos.

Ao contrário, é por uma análise fina e minuciosa das práticas e enunciações que a pesquisa desentranha os múltiplos modos de se presentificar a fluidez do “Estado” a partir da cena “LGBT”, que aqui é abordada como resultante da trama complexa entre “marcadores sociais da diferença” atualizados em sistemas de classificação supostamente objetivos.

Aos poucos, emergem no texto categorias, estratégias e morfologias, dizeres e fazeres, vocabulários e performances que atravessam a ação de movimentos sociais tanto quanto a de agências do governo, assim como, de algum modo, estão presentes na reflexão (e na ação) “acadêmica”.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Fazer-se No “Estado”

Fazer-se No "Estado" nos apresenta aspectos do fazer político na vida pública brasileira que estão para muito além da questão específica focalizada.

Como se constituiu uma população LGBT no Brasil e como essa, de marginalizada e desviante, viria a se tornar sujeito de direitos e objeto de políticas públicas?

Partindo dessa questão, Silvia Aguião nos conduz aos cenários movediços em que se realizaram duas “conferências nacionais LGBT”: a primeira, em 2008, e a segunda, em 2011.

Nelas, entreteceram-se e decantaram-se os processos sociais que também forjaram políticas governamentais de combate à homofobia e de defesa de direitos relativos à diversidade sexual e de gênero, seja no plano federal, seja no do estado do Rio de Janeiro (além de outras unidades da federação), articulando agências da administração pública e da sociedade civil.

Nesse percurso tenso, os agentes e agências da “sociedade civil”, do “Estado” e da “universidade” associam-se, entrecruzam-se, superpõem-se e distanciam-se, constituindo-se como forças, a um tempo distintas e embaralhadas, na imaginação de uma “coletividade LGBT”.

Ao mesmo tempo, essa população se estatiza, inscrevendo-se como parte do espectro de políticas em luta pelo reconhecimento da “diversidade” que, muito distintas em sua sociogênese, acabaram por compartilhar esquemas de pensamento e ação quando (se) fazem “Estado”.

Ao abordar tais processos, Fazer-se No “Estado” nos apresenta, de modo denso e claro, aspectos do fazer político na vida pública brasileira que estão para muito além da questão específica focalizada.

Fazer-se No “Estado” trilha a formação da ideia de “direitos LGBT”, recuperando os estudos sobre a história da militância homossexual desde 1970 até o período abordado mais intensamente neste trabalho, de modo a ver a paulatina inflexão entre identidades, direitos e formas de ação governamental.

Para tanto, parte da perspectiva de que “O Estado” não está dado de uma vez por todas em um sistema de agências e agentes dito “público”, nem corresponde a uma ideia que pode ser subsumida a priori de textos legais e normativos.

Ao contrário, é por uma análise fina e minuciosa das práticas e enunciações que a pesquisa desentranha os múltiplos modos de se presentificar a fluidez do “Estado” a partir da cena “LGBT”, que aqui é abordada como resultante da trama complexa entre “marcadores sociais da diferença” atualizados em sistemas de classificação supostamente objetivos.

Aos poucos, emergem no texto categorias, estratégias e morfologias, dizeres e fazeres, vocabulários e performances que atravessam a ação de movimentos sociais tanto quanto a de agências do governo, assim como, de algum modo, estão presentes na reflexão (e na ação) “acadêmica”.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog