
Este livro é uma coletânea de vários trabalhos, realizado por 24 autores, que analisam a evolução da ocupação urbana legal, utilizando enquanto estudos de caso os conjuntos habitacionais implantados pelo sistema da Habitação e Urbanização da Bahia (URBIS), e como eles tem afetado as águas na cidade de Feira de Santana – BA. As análises do espaço geográfico, são extremamente úteis para o Planejamento Urbano voltado às cidades médias.
A cidade de Feira de Santana é a segunda maior cidade do Estado da Bahia – Brasil, localizada a aproximadamente 110 km de Salvador, uma metrópole que nasce em função dos recursos naturais, principalmente a água. A mesma está assentada sob uma região de mananciais hídricos importantes (Bacias do Pojuca e Subaé e Sub-bacia do Jacuípe) e nos últimos anos, o seu crescimento formal acelerado tem afetado diretamente os mesmos, a despeito de ser possível, através da análise da legislação, observar que há, pelo menos teoricamente, preocupação com o meio ambiente.
Este tema é de grande importância, pois, com o advento da Revolução Industrial houve uma aceleração no processo de transformação da sociedade, no sentido de substituição da estrutura predominantemente agrícola e rural para uma estrutura urbana.
No Brasil, este processo de substituição teve seu início a partir da década de 1940, se intensificando a partir da década de 1970, quando o país passa a ser eminentemente urbano, ou seja, com a maior parte de sua população concentrada nas cidades.
Contudo, a falta de uma política urbana claramente definida pelo Governo Federal, para o território brasileiro, tem feito, dentre outras disfunções socioeconômicas e espaciais, com que as cidades cresçam, adensem-se, deteriorem-se, expressando o processo de produção e reprodução das desigualdades sociais, econômicas e políticas concretizadas sobre o espaço e por ele influenciadas.
Entra aqui o planejamento urbano enquanto ferramenta essencial na colaboração para uma reorganização socioeconômica e espacial, podendo auxiliar na busca por condições espaciais mais adequadas.
No caso da cidade de Feira de Santana, como em outras cidades médias do país, as políticas públicas são o reflexo de uma grande variedade de interesses de diferentes agentes sociais, envolvidos no circuito da acumulação urbana, que tem como núcleo os incorporadores imobiliários, associados a construtores, proprietários e as classes mais abastadas, além dos industriários e comerciantes, que exercem forte pressão sobre os serviços do Estado.
