Gregório de Matos e Guerra. Nome hoje conhecido e debatido pela crítica literária que tantas vezes o acusou, o amaldiçoou, mas que também o elogiou e o enriqueceu com epítetos laudatórios. Um poeta cuja vida e obra têm sido questionadas durante anos. A primeira, por não haver provas sobre alguns dados de sua biografia; a segunda, por não se conhecer autógrafo nos mais de setecentos poemas a ele atribuídos. Hoje, por outro lado, essa visão reducionista mudou. Diversos estudiosos, nacionais e internacionais, já conseguiram responder a muitas perguntas que foram feitas com o nome de Gregório de Matos. Mas a falta de uma edição crítica tem deixado algumas lacunas no discurso defensório do poeta barroco.
Além dos críticos literários, propriamente aqueles que escreveram a história da literatura brasileira, muitos estudiosos defenderam suas teses sobre a poética de Gregório de Matos. O que se percebe, na verdade, é que o nome Gregório de Matos se vale para diversos campos do saber, seja a literatura, a filosofia, a antropologia, a história. Há muitos estudos que buscam aprovar o nome do poeta como base essencial de seus discursos teóricos.
Isso nos leva a crer que o texto poético gregoriano não pode ser descartado, menosprezado, ridicularizado, mas sim, elevado ao cenário dos deuses. No texto gregoriano, há um pouco do muito requisitado pelas academias; através dele, podemos enxergar diversos aspectos, tais como costumes, música, alimentação, vestuário, comportamentos, governança, religiosidade. É o retrato social de uma época que transpassa o tempo e chega até nós, na contemporaneidade.
Sob a alcunha de Gregório de Matos e Guerra foram erigidos dois pilares desde a primeira vez que seus poemas foram lidos nas ruas baianas. São dois lados que se antagonizam – defesa e acusação argumentam –, cada uma com suas vozes, a fim de construir uma fortuna crítica. O que conta a primeira biografia de Gregório de Matos e Guerra, escrita por Manuel Pereira Rabelo, por exemplo, é que seus poemas satíricos afetaram a muitos poderosos, causando-lhes dissabores, mas o poeta sempre teve amigos que o ajudaram, como romanceia Ana Miranda, em Boca do Inferno.
Gregório De Matos: Do Barroco À Antropofagia
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