Itan Dos Mais Velhos

O livro Itan Dos Mais Velhos além de contar histórias em formas simples, passa ensinamentos dos mais-velhos da cultura nagô.

O contar histórias não é uma exclusividade do africano. Também as formas simples como os mitos (enquanto relato com componente sagrado, que se propaga inalterado), a adivinha (enquanto forma constituída de pergunta e resposta), o ditado (ou provérbio) não são sua exclusividade. Todos os povos as têm.

Basta lembrar as fábulas de La Fontaine ou mesmo de Esopo, que tanto líamos na escola, procurando a “moral da história”. E aí está a diferença. As histórias africanas não são exclusivas, mas têm uma tipicidade única. Mais do que moralidade, elas encerram ensinamentos. Encerram princípio ético, moral, religioso. Encerram costumes. Contam coisas simples do cotidiano.

Os mitos estão na sua base, mas saga, adivinha, ditado e caso também estão presentes nos itan. A consistência do itan, a pluralidade dos seus sentidos, é que dá a sua perenidade e, depois, é o que permanece na alma do povo: o sentido. E por isso, porque encerram sentido, eles, os itan, permanecem na memória e são passados de geração a geração.

O livro Itan Dos Mais Velhos, agora em segunda edição revista, ampliada e ilustrada, premiado pela Academia de Letras da Bahia, em 1990, além de contar histórias em formas simples, passa ensinamentos dos mais-velhos da cultura nagô, muitas vezes presentes no cotidiano da cidade ou no mundo da academia das vivências do autor.

São quatro odu, ou seja, são quatro partes que compõem o livro. Cada odu é formado por quatro itan. São quatro velhos que contam suas histórias. Cada um é responsável por um odu. Cada um é o narrador das suas histórias. Assim é a estrutura do livro. Eles, os velhos, não têm pressa no seu contar. “É importante retardar o final da história” diz o narrador do odu. Histórias retidas na memória são repetidas e repetidas. É assim a tradição nagô.

No livro, o narrador diz que “os velhos continuam, no entanto, sempre a contar”. São histórias humanas, do cotidiano, não convencionais, populares. São histórias cheias de mistérios, pois “onde não há mistério, não há poder”.

As histórias perpassadas de lições são como elo entre os velhos e os novos: a herança que passará de pai para filho. Agora, com este livro, contando histórias, Ruy Póvoas dá-nos lições e passa para a gente da sua gente, e para gente de outras crenças também, a sabedoria do seu povo. Vamos ouvir os mais-velhos.

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O livro Itan Dos Mais Velhos além de contar histórias em formas simples, passa ensinamentos dos mais-velhos da cultura nagô.

O contar histórias não é uma exclusividade do africano. Também as formas simples como os mitos (enquanto relato com componente sagrado, que se propaga inalterado), a adivinha (enquanto forma constituída de pergunta e resposta), o ditado (ou provérbio) não são sua exclusividade. Todos os povos as têm.

Basta lembrar as fábulas de La Fontaine ou mesmo de Esopo, que tanto líamos na escola, procurando a “moral da história”. E aí está a diferença. As histórias africanas não são exclusivas, mas têm uma tipicidade única. Mais do que moralidade, elas encerram ensinamentos. Encerram princípio ético, moral, religioso. Encerram costumes. Contam coisas simples do cotidiano.

Os mitos estão na sua base, mas saga, adivinha, ditado e caso também estão presentes nos itan. A consistência do itan, a pluralidade dos seus sentidos, é que dá a sua perenidade e, depois, é o que permanece na alma do povo: o sentido. E por isso, porque encerram sentido, eles, os itan, permanecem na memória e são passados de geração a geração.

O livro Itan Dos Mais Velhos, agora em segunda edição revista, ampliada e ilustrada, premiado pela Academia de Letras da Bahia, em 1990, além de contar histórias em formas simples, passa ensinamentos dos mais-velhos da cultura nagô, muitas vezes presentes no cotidiano da cidade ou no mundo da academia das vivências do autor.

São quatro odu, ou seja, são quatro partes que compõem o livro. Cada odu é formado por quatro itan. São quatro velhos que contam suas histórias. Cada um é responsável por um odu. Cada um é o narrador das suas histórias. Assim é a estrutura do livro. Eles, os velhos, não têm pressa no seu contar. “É importante retardar o final da história” diz o narrador do odu. Histórias retidas na memória são repetidas e repetidas. É assim a tradição nagô.

No livro, o narrador diz que “os velhos continuam, no entanto, sempre a contar”. São histórias humanas, do cotidiano, não convencionais, populares. São histórias cheias de mistérios, pois “onde não há mistério, não há poder”.

As histórias perpassadas de lições são como elo entre os velhos e os novos: a herança que passará de pai para filho. Agora, com este livro, contando histórias, Ruy Póvoas dá-nos lições e passa para a gente da sua gente, e para gente de outras crenças também, a sabedoria do seu povo. Vamos ouvir os mais-velhos.

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