
Inquietação. Do latim, Inquietatio (desassossego, agitação). Substantivo feminino. Dentre tantos significados etimológicos, encontramos: “Condição da pessoa inquieta. Ação de se preocupar com o que, normalmente, se encontra acima de seu entendimento. Estado de quem quer saber e conhecer mais, que não se contenta com seus conhecimentos”. Estado, condição e ação do ser sócio histórico lançado conscientemente num movimento instigante – e fundamental – de desvelamento das “coisas do mundo”.
Ocorre que inquietar-se na educação e no ensino não é tarefa para qualquer um. Evocando o tão maltratado Paulo Freire, ensinar consiste não apenas em saber construir “leitura de mundo”: permanecendo na mesma seara do mestre “transpernambucano”, ele exige de nós – professores e professoras – “criticidade”, “pesquisa”, “respeito aos saberes do educando”, “respeito à autonomia”, “comprometimento”, “disponibilidade para o diálogo”, “alegria e esperança” e, um dos que mais aprecio, “consciência do inacabamento do mundo”, pois somos seres históricos e em constante movimento de construção e reconstrução de conhecimentos. Eis o tamanho de nossa inquietude.
Este é o desafio presente em Inquietações No Campo Do Ensino: Sujeitos E Temas De Pesquisa. Os textos e autores aqui reunidos – provenientes de diversas instituições de ensino superior do país e com diferentes métodos e abordagens – escrutinam sujeitos, temas e questões múltiplas, mas, ao mesmo tempo, costuram entre si o objetivo comum de produzir e partilhar socialmente os seus conhecimentos e inquietações em torno do campo do ensino. Iniciativa mais do que premente.
