A Escola De Frankfurt

A Escola de Frankfurt foi uma extraordinária interligação entre trabalho e ação de destacados intelectuais de esquerda.

A Escola De Frankfurt, realidade histórica evidente, representa, no plano filosófico, uma noção ao mesmo tempo vaga e sedutora que goza de um renomado interesse há alguns anos na França, graças aos elogios tardios de Michel Foucault, mas sobretudo graças às contribuições de Jürgen Habermas.

Assumir uma tarefa tão vasta como a de traçar o quadro de meio século de atividade científica e filosófica de mais de dez autores particularmente prolíficos é um desafio, e seremos gratos a Rolf Wiggershaus por tê-lo aceito: a partir de agora, este livro constituirá referência necessária para quem quiser conhecer de perto o contexto histórico das grandes obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno e tantos outros.

O autor concentrou seus esforços em atualizar, sob todos os aspectos, as necessidades de um leitor de textos publicados e bem conhecidos, por mais bem informado que seja: a comparação com o conjunto de cartas, rascunhos, projetos, artigos recusados, censurados ou corrigidos que caracteriza a Escola de Frankfurt.

O mais belo exemplo dessa hesitação perpétua sobre o conteúdo e a forma das publicações é certificado pelas sucessivas edições e traduções corrigidas da Dialética da Razão.

O contexto universitário, intelectual e político é objeto de uma apresentação minuciosa, que permitirá compreender as razões conjunturais de tal ou qual inflexão dos textos publicados, inexplicáveis à primeira abordagem, e o sentido, muitas vezes sibilino, que os autores atribuíam a algumas expressões.

Essa complexidade inerente ao tema é a verdadeira razão do caráter árduo de certos trechos: a tradução preocupou-se em seguir esses desvios necessários, sem dúvida à custa de um esforço suplementar do leitor.

Eis-nos, pois, em presença de uma quantidade de dados, que nunca foram antes reunidos, sobre as condições reais de produção das obras da Escola de Frankfurt.

Tal audácia representa simultaneamente uma oportunidade e um risco: uma oportunidade de compreender a posteriori a Escola de Frankfurt talvez melhor do que ela própria o tenha considerado (retomando as palavras de seus membros), de confrontar seus resultados com suas ambições e de explicar sua evolução; um risco de deturpar os fatos, apresentando a visão de conjunto necessariamente orientada que é a tarefa de um prefácio, sobretudo quando se trata de um livro cujo autor fez questão de se esconder sob a evidência do fato ou do documento.

Nada é simples em se tratando da Escola de Frankfurt: o requestionamento das categorias tradicionais torna aleatória toda tentativa de resumi-la por essas categorias, mas obriga constatar que ela também não apresentou uma explicação totalmente clara de si mesma.

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A Escola de Frankfurt foi uma extraordinária interligação entre trabalho e ação de destacados intelectuais de esquerda.

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Assumir uma tarefa tão vasta como a de traçar o quadro de meio século de atividade científica e filosófica de mais de dez autores particularmente prolíficos é um desafio, e seremos gratos a Rolf Wiggershaus por tê-lo aceito: a partir de agora, este livro constituirá referência necessária para quem quiser conhecer de perto o contexto histórico das grandes obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno e tantos outros.

O autor concentrou seus esforços em atualizar, sob todos os aspectos, as necessidades de um leitor de textos publicados e bem conhecidos, por mais bem informado que seja: a comparação com o conjunto de cartas, rascunhos, projetos, artigos recusados, censurados ou corrigidos que caracteriza a Escola de Frankfurt.

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O contexto universitário, intelectual e político é objeto de uma apresentação minuciosa, que permitirá compreender as razões conjunturais de tal ou qual inflexão dos textos publicados, inexplicáveis à primeira abordagem, e o sentido, muitas vezes sibilino, que os autores atribuíam a algumas expressões.

Essa complexidade inerente ao tema é a verdadeira razão do caráter árduo de certos trechos: a tradução preocupou-se em seguir esses desvios necessários, sem dúvida à custa de um esforço suplementar do leitor.

Eis-nos, pois, em presença de uma quantidade de dados, que nunca foram antes reunidos, sobre as condições reais de produção das obras da Escola de Frankfurt.

Tal audácia representa simultaneamente uma oportunidade e um risco: uma oportunidade de compreender a posteriori a Escola de Frankfurt talvez melhor do que ela própria o tenha considerado (retomando as palavras de seus membros), de confrontar seus resultados com suas ambições e de explicar sua evolução; um risco de deturpar os fatos, apresentando a visão de conjunto necessariamente orientada que é a tarefa de um prefácio, sobretudo quando se trata de um livro cujo autor fez questão de se esconder sob a evidência do fato ou do documento.

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