Punhos, Espadas E Livros Vol. I

Na investigação deste volume, trabalhamos com os livros instrucionais de Artes Marciais Chinesas do primeiro período republicano chinês.

Toda e qualquer comunidade humana mais extensa do que a aldeia primitiva é, para além de pretensas afinidades étnicas, religiosas, linguísticas ou políticas, “imaginada”. Nesse sentido, embora aqui não tratemos de nacionalismo, mas de um outro contexto de idealizações e construção de tradições, pensamos que as comunidades praticantes de artes marciais são também, a seu modo, “imaginadas.” Elas existem, é claro, e se afirmam no contexto social em termos materiais, mas também de representação e de auto representação.

Todas essas dúvidas e associações analógicas merecem leitura, registro e análise pelo historiador que investiga as Artes Marciais Chinesas em nosso país. Sendo um dos autores deste livro um professor e praticante associado às partes em disputa – excessivamente próximo do objeto de pesquisa, enfim –, não pretendemos abordá-las diretamente.

Em verdade, elas se converteram em inspiração para uma outra investigação, que também diz respeito à relação entre as Artes Marciais Chinesas e o ensino a distância. E que, acreditamos, pode contribuir para a discussão atual.

Na investigação que dá ensejo a este volume (o primeiro, de dois), trabalhamos com os livros instrucionais de Artes Marciais Chinesas do primeiro período republicano chinês, que vai de 1911 a 1949. São obras tremendamente importantes para a organização da arte marcial que conhecemos e praticamos atualmente no Brasil e em muitos lugares do mundo.

No período em que foram publicadas (em especial até 1937, ano em que tem início a segunda guerra sino-japonesa), elas se entrelaçaram profundamente com a política, tendo sido uma parte importante dos esforços de transformar as Artes Marciais Chinesas em elemento de fortalecimento da identidade, autoimagem e poder nacionais da China.

Esses livros, inclusive, ajudaram a estruturar a ideia de “comunidade marcial chinesa” – real e imaginada –, inclusive nos países de transplantação das Artes Marciais Chinesas no pós-1949. Vale observar que, com a chegada dos comunistas ao poder no continente, houve uma dispersão de mestres de orientação nacionalista por vários países, o que acabou colaborando de forma decisiva para a “semeadura” e o florescimento das Artes Marciais Chinesas em escala global.

A ideia deste livro é fazer uma apresentação dessas obras (no volume 01) e buscar indícios de sua recepção pelos praticantes brasileiros (no volume 02), inclusive no que respeita a elas representarem uma proposta antiga – anterior à transplantação das Artes Marciais Chinesas para o Brasil – de ensino a distância.

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Punhos, Espadas E Livros Vol. I

Na investigação deste volume, trabalhamos com os livros instrucionais de Artes Marciais Chinesas do primeiro período republicano chinês.

Toda e qualquer comunidade humana mais extensa do que a aldeia primitiva é, para além de pretensas afinidades étnicas, religiosas, linguísticas ou políticas, “imaginada”. Nesse sentido, embora aqui não tratemos de nacionalismo, mas de um outro contexto de idealizações e construção de tradições, pensamos que as comunidades praticantes de artes marciais são também, a seu modo, “imaginadas.” Elas existem, é claro, e se afirmam no contexto social em termos materiais, mas também de representação e de auto representação.

Todas essas dúvidas e associações analógicas merecem leitura, registro e análise pelo historiador que investiga as Artes Marciais Chinesas em nosso país. Sendo um dos autores deste livro um professor e praticante associado às partes em disputa – excessivamente próximo do objeto de pesquisa, enfim –, não pretendemos abordá-las diretamente.

Em verdade, elas se converteram em inspiração para uma outra investigação, que também diz respeito à relação entre as Artes Marciais Chinesas e o ensino a distância. E que, acreditamos, pode contribuir para a discussão atual.

Na investigação que dá ensejo a este volume (o primeiro, de dois), trabalhamos com os livros instrucionais de Artes Marciais Chinesas do primeiro período republicano chinês, que vai de 1911 a 1949. São obras tremendamente importantes para a organização da arte marcial que conhecemos e praticamos atualmente no Brasil e em muitos lugares do mundo.

No período em que foram publicadas (em especial até 1937, ano em que tem início a segunda guerra sino-japonesa), elas se entrelaçaram profundamente com a política, tendo sido uma parte importante dos esforços de transformar as Artes Marciais Chinesas em elemento de fortalecimento da identidade, autoimagem e poder nacionais da China.

Esses livros, inclusive, ajudaram a estruturar a ideia de “comunidade marcial chinesa” – real e imaginada –, inclusive nos países de transplantação das Artes Marciais Chinesas no pós-1949. Vale observar que, com a chegada dos comunistas ao poder no continente, houve uma dispersão de mestres de orientação nacionalista por vários países, o que acabou colaborando de forma decisiva para a “semeadura” e o florescimento das Artes Marciais Chinesas em escala global.

A ideia deste livro é fazer uma apresentação dessas obras (no volume 01) e buscar indícios de sua recepção pelos praticantes brasileiros (no volume 02), inclusive no que respeita a elas representarem uma proposta antiga – anterior à transplantação das Artes Marciais Chinesas para o Brasil – de ensino a distância.

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