1943: Roosevelt E Vargas Em Natal

Sempre me intrigou, a ponto de escrever este livro, aquela fotografia que ganhou o mundo, de Getúlio e Roosevelt sentados num jipe em Natal/RN, em 1943, quando a Segunda Guerra Mundial ainda não estava definida.


Como é possível que o presidente dos Estados Unidos da América, envolvido em dois conflitos tão sérios, na Europa e na Ásia, tivesse encontrado espaço na agenda, além de disposição física e mental, para vir até uma região distante de seu país, e dos próprios centros de decisão do Brasil, para passar em revista a base de Parnamirim, que chegou a ser o aeroporto com maior movimento de aviões no mundo, numa época em que o Brasil era ignorado em relação à guerra?
Na minha associação de ideias, pensava em aviões saindo para combater os alemães, voltando estropiados de violentas batalhas aéreas, com motores parados, graxa cobrindo o parabrisas, tripulantes baleados sem poder sair do seu posto nas protuberantes bolhas transparentes das metralhadoras, tudo como aconteceu com a Fortaleza Voadora B-17 chamada Memphis Belle, a mais famosa das aeronaves que participaram da guerra. Esse avião foi tema de um documentário feito em 1944 por William Wyler, e de um filme de Steven Spielberg, em 1990, em que ele resolve uma situação crítica de um pouso inviável com recursos de animação.
Quando se estuda melhor as circunstâncias da época, é fácil perceber que não haveria como travar batalhas com os alemães e retornar à base, com a vastidão do “estreito” do Atlântico Sul a separar os inimigos.
Assim, não haveria bombardeiros regressando avariados, nem filme de Spielberg a ser rodado em Natal. Nem por isso, a função daquela base aérea deixou de ser de grande importância, a de abastecer o Norte da África de mantimentos, equipamentos e gente, enquanto o general Bernard Montgomery, inglês, travava uma feroz batalha de tanques contra Erwin Rommel, o legendário marechal alemão, em torno de El Alamein, de 23 de outubro a 4 de novembro de 1942.
E se não houvesse abastecimento a partir de Parnamirim, os aliados teriam perdido a batalha do Norte da África, com resultados imprevisíveis para a continuação da guerra.
Mas Parnamirim também presenciou combates ao vivo, com tiros de metralhadora disparados por aviões americanos, e da Força Aérea Brasileira (FAB), contra submarinos alemães, também conhecidos como U-boats, que infestavam as costas brasileiras, e afundaram 33 navios mercantes nacionais, que levavam importantes mantimentos para a Europa.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

1943: Roosevelt E Vargas Em Natal

Sempre me intrigou, a ponto de escrever este livro, aquela fotografia que ganhou o mundo, de Getúlio e Roosevelt sentados num jipe em Natal/RN, em 1943, quando a Segunda Guerra Mundial ainda não estava definida.
Como é possível que o presidente dos Estados Unidos da América, envolvido em dois conflitos tão sérios, na Europa e na Ásia, tivesse encontrado espaço na agenda, além de disposição física e mental, para vir até uma região distante de seu país, e dos próprios centros de decisão do Brasil, para passar em revista a base de Parnamirim, que chegou a ser o aeroporto com maior movimento de aviões no mundo, numa época em que o Brasil era ignorado em relação à guerra?
Na minha associação de ideias, pensava em aviões saindo para combater os alemães, voltando estropiados de violentas batalhas aéreas, com motores parados, graxa cobrindo o parabrisas, tripulantes baleados sem poder sair do seu posto nas protuberantes bolhas transparentes das metralhadoras, tudo como aconteceu com a Fortaleza Voadora B-17 chamada Memphis Belle, a mais famosa das aeronaves que participaram da guerra. Esse avião foi tema de um documentário feito em 1944 por William Wyler, e de um filme de Steven Spielberg, em 1990, em que ele resolve uma situação crítica de um pouso inviável com recursos de animação.
Quando se estuda melhor as circunstâncias da época, é fácil perceber que não haveria como travar batalhas com os alemães e retornar à base, com a vastidão do “estreito” do Atlântico Sul a separar os inimigos.
Assim, não haveria bombardeiros regressando avariados, nem filme de Spielberg a ser rodado em Natal. Nem por isso, a função daquela base aérea deixou de ser de grande importância, a de abastecer o Norte da África de mantimentos, equipamentos e gente, enquanto o general Bernard Montgomery, inglês, travava uma feroz batalha de tanques contra Erwin Rommel, o legendário marechal alemão, em torno de El Alamein, de 23 de outubro a 4 de novembro de 1942.
E se não houvesse abastecimento a partir de Parnamirim, os aliados teriam perdido a batalha do Norte da África, com resultados imprevisíveis para a continuação da guerra.
Mas Parnamirim também presenciou combates ao vivo, com tiros de metralhadora disparados por aviões americanos, e da Força Aérea Brasileira (FAB), contra submarinos alemães, também conhecidos como U-boats, que infestavam as costas brasileiras, e afundaram 33 navios mercantes nacionais, que levavam importantes mantimentos para a Europa.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog