Todos nós sabemos que há poucas certezas na vida, exceto a morte e os impostos. Mas poucos de nós se sentem à vontade na presença da probabilidade. Ela ameaça qualquer sensação que tenhamos de controlar os fatos, sugerindo que todos poderíamos nos tornar o que Shakespeare chamou de “bobo da Fortuna”.
Ela tem levado alguns a acreditar em deuses volúveis, outros a negar sua supremacia. Einstein recusava-se a acreditar que Deus joga dados com o Universo. No entanto, a própria ideia de dar sentido à probabilidade parece contraditória: o acaso, por definição, não está para além da compreensão?
Essa lógica pode ressaltar um dos grandes mistérios da história intelectual. Por que, apesar de sua óbvia utilidade, demorou tanto tempo para surgir uma teoria confiável da probabilidade? Ainda que houvesse jogos de azar no Egito Antigo, há mais de 5 500 anos, foi só no século XVII que alguns pensadores ousados desafiaram seriamente a visão sintetizada por Aristóteles, de que “não pode haver conhecimento demonstrativo da probabilidade”.
Não adianta nada o fato de a probabilidade desafiar com tanta frequência nossas intuições. Pensemos nas coincidências: em termos gerais, quais são as chances de, num jogo de futebol, haver dois jogadores que façam aniversário em dias consecutivos? Como há 365 dias no ano, e 22 jogadores, alguém pode dizer que a chance é menor que uma em dez.
Na verdade, as leis da probabilidade revelam que a verdadeira resposta é mais ou menos 90%. Você não acredita? Então confira os aniversários dos jogadores de algumas partidas, e veja você mesmo. Mesmo assim, é difícil não pensar que está acontecendo algo muito estranho. Afinal, se estiver entre um grupo de tamanho semelhante e perguntar se alguém nasceu no mesmo dia que você, é muito pouco provável que encontre alguém.
Até problemas simples, de lançamento de moedas e dados, parecem desafiar o senso comum. Com uma moeda honesta, certamente obter cara em vários lançamentos seguidos torna coroa mais provável, certo? Se você está batalhando para ver por que isso não é verdade, não se preocupe: um dos grandes matemáticos do Iluminismo jamais conseguiu captar isso.
Um dos objetivos deste livro é mostrar como compreender essas manifestações cotidianas da probabilidade revelando suas leis subjacentes e como aplicá-las. Veremos como usar essas leis para predizer coincidências, tomar decisões melhores nos negócios e na vida, e dar sentido a tudo, de diagnósticos médicos a conselhos de investimentos.
As Leis Do Acaso
- Matemática
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