Os anos de 1912 a 1915 marcam a História de Santa Catarina com uma convulsão social armada que escreveu páginas de horror e de ódio no Vale do Iguaçu, ao Norte; pelo Planalto de Lages, no Centro-Sul; e nas terras de todo o Meio-Oeste.
As bases do conflito sangrento se estruturaram ao redor de uma legião de fanáticos religiosos composta por agregados das fazendas dos coronéis; por ex-operários demitidos ao terminar a construção de uma estrada de ferro; por sem-terra, ex-posseiros varridos dos seus lotes; por ervateiros sem erva para colher; por dezenas de pequenos proprietários expulsos de seus pinheirais; e por gente que perdeu seu pequeno negócio.
Toda essa gente cabocla, fora das leis da economia agropastoril, vive na região do Contestado, uma terra de ninguém, marcada pela persistência de uma velha rixa de 150 anos entre o Paraná e Santa Catarina, com a autoridade discutindo se os limites geográficos devem ou não ser molhados pela margem esquerda dos rios Negro e Iguaçu.
A extensa região de Santa Catarina, serra acima e planalto afora, entre os rios do Peixe e o Peperiguaçu, continua praticamente despovoada até começos do século XX. Fazendas e pastagens são disputadas pelo gado, pelo agregado – o trabalhador que cuida das pastagens. Mas também pelo coronel, dono das terras, das pastagens e do agregado.
Terras sem Deus, sem lei e sem rei – apesar de muitos coronéis -, nos anos 10 deste século, incendeiam a paisagem e todos os homens do lugar, com a revolta armada de uma legião de excluídos.
O jovem Tobias e sua família sofreram as consequências da ganância de homens poderosos que, apoiados pelo Governo, construíram uma estrada de ferro e uma gigantesca serraria e os expulsaram violentamente de suas terras assim como muitos outros moradores da região do Contestado.
Seu pai foi morto defendendo a sua morada. Sua mãe encontrou refúgio na propriedade de um poderoso coronel. Seu irmão foi trabalhar na serraria Lumber e enfrentou a rotina perigosa vivida pelos operários. Mas Tobias escolheu algo diferente. Ele decidiu lutar pelo seu modo de vida e suas crenças. Ele se tornou um Caboclo Rebelde.
Ricardo de Campos apresenta o tema da Guerra do Contestado de forma atrativa, disponibilizando fotos e até um filme, através de links na própria narrativa.
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