Modos E Meios De Ler A Literatura Infantil E Juvenil Contemporânea

Modos E Meios De Ler A Literatura Infantil E Juvenil Contemporânea traça o percurso da literatura infantil e juvenil em nosso país.

O percurso da literatura infantil e juvenil em nosso país é registrado por Lajolo e Zilberman a partir da implantação da Imprensa Régia em 1808 com o surgimento de uma editoração nacional, embora ainda de forma descontinuada, descaracterizando o que seria uma produção brasileira para esses leitores.

Segundo as autoras, em meados do século XIX, o modelo econômico industrializado e a imposição do modo de vida urbano vão consolidar a escola e exigir livros de leitura mais adequados. Comumente, as obras eram traduções e adaptações dos clássicos estrangeiros, destacavam-se os livros de mensagens patrióticas, ufanistas, históricas, antologias folclóricas e temáticas.

Essa produção trazia consigo, principalmente, modelos de um Brasil moderno, de uma língua nacional e de imagens que reforçassem o nacionalismo na literatura infantil. Esse panorama segue, sem grandes modificações, até a edição de A menina do Narizinho Arrebitado (1921), de Monteiro Lobato. Temos então uma possibilidade de resolução dos problemas dentro do universo infantil, estimulado pela fantasia e pela ação aventureira.

O molde de entrelaçar ficção e realidade dentro da própria fantasia ficcional conduz a uma literatura infantil menos presa aos projetos moralizantes. Mas não sem mostrar uma ideologia seja de defesa do Brasil ou de certos padrões de comportamento. A elaboração da literatura infantil brasileira, especificamente da narrativa, segue nos anos entre 1920 e 1945 uma escalada no aumento de obras, volume de edições e interesse das editoras.

Ao lado dessa afirmação do mercado, permanece a produção de Lobato como solução de inventividade para as narrativas infantis com novidades de linguagem, intertextualidade, metalinguagem e outros recursos.

Entre as décadas de 1960 e 1970, mediante a trajetória de urbanização da sociedade e pelo aumento de bons autores e obras, a tendência contestadora de Lobato se intensifica e é retomada em outros veios, enveredando pela temática da cidade, focalizando o personagem criança e dando voz a esse ser infantil através da representação de seus conflitos e das suas soluções. Nesse grupo de autores, identificam-se as intenções de reinvenções do conto de fadas; alusões à marginalização e à pobreza comuns nas décadas de 1980.

Nos anos de 1990, o campo de discussões alargou-se indo desde a ampliação do espaço dado à voz do leitor, configurada na pressuposição que se estabelece na narrativa juvenil contemporânea no cenário da literatura brasileira até a exploração de temas pautados nas novas tecnologias, de cunho ecológico, e dando voz aos indivíduos antes menos representados ou com representações preconceituosas, como na literatura indígena e afro-brasileira que se tornaram mais presentes nos catálogos e nas premiações.

Se considerarmos, dentro desse percurso histórico, desde o fim da década de 1970, a literatura infantil e juvenil brasileira atravessou um extraordinário desenvolvimento para adequar-se às características de um público que passou também por diversas mudanças.

Nesse fluxo, chegamos às primeiras duas décadas do século XXI colhendo as transformações quer sejam nos estilos narrativos, quer sejam nas materialidades e multimodalidades que cercam o livro como objeto cultural, é a partir desse contexto que colocamos as discussões em foco.

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O percurso da literatura infantil e juvenil em nosso país é registrado por Lajolo e Zilberman a partir da implantação da Imprensa Régia em 1808 com o surgimento de uma editoração nacional, embora ainda de forma descontinuada, descaracterizando o que seria uma produção brasileira para esses leitores.

Segundo as autoras, em meados do século XIX, o modelo econômico industrializado e a imposição do modo de vida urbano vão consolidar a escola e exigir livros de leitura mais adequados. Comumente, as obras eram traduções e adaptações dos clássicos estrangeiros, destacavam-se os livros de mensagens patrióticas, ufanistas, históricas, antologias folclóricas e temáticas.

Essa produção trazia consigo, principalmente, modelos de um Brasil moderno, de uma língua nacional e de imagens que reforçassem o nacionalismo na literatura infantil. Esse panorama segue, sem grandes modificações, até a edição de A menina do Narizinho Arrebitado (1921), de Monteiro Lobato. Temos então uma possibilidade de resolução dos problemas dentro do universo infantil, estimulado pela fantasia e pela ação aventureira.

O molde de entrelaçar ficção e realidade dentro da própria fantasia ficcional conduz a uma literatura infantil menos presa aos projetos moralizantes. Mas não sem mostrar uma ideologia seja de defesa do Brasil ou de certos padrões de comportamento. A elaboração da literatura infantil brasileira, especificamente da narrativa, segue nos anos entre 1920 e 1945 uma escalada no aumento de obras, volume de edições e interesse das editoras.

Ao lado dessa afirmação do mercado, permanece a produção de Lobato como solução de inventividade para as narrativas infantis com novidades de linguagem, intertextualidade, metalinguagem e outros recursos.

Entre as décadas de 1960 e 1970, mediante a trajetória de urbanização da sociedade e pelo aumento de bons autores e obras, a tendência contestadora de Lobato se intensifica e é retomada em outros veios, enveredando pela temática da cidade, focalizando o personagem criança e dando voz a esse ser infantil através da representação de seus conflitos e das suas soluções. Nesse grupo de autores, identificam-se as intenções de reinvenções do conto de fadas; alusões à marginalização e à pobreza comuns nas décadas de 1980.

Nos anos de 1990, o campo de discussões alargou-se indo desde a ampliação do espaço dado à voz do leitor, configurada na pressuposição que se estabelece na narrativa juvenil contemporânea no cenário da literatura brasileira até a exploração de temas pautados nas novas tecnologias, de cunho ecológico, e dando voz aos indivíduos antes menos representados ou com representações preconceituosas, como na literatura indígena e afro-brasileira que se tornaram mais presentes nos catálogos e nas premiações.

Se considerarmos, dentro desse percurso histórico, desde o fim da década de 1970, a literatura infantil e juvenil brasileira atravessou um extraordinário desenvolvimento para adequar-se às características de um público que passou também por diversas mudanças.

Nesse fluxo, chegamos às primeiras duas décadas do século XXI colhendo as transformações quer sejam nos estilos narrativos, quer sejam nas materialidades e multimodalidades que cercam o livro como objeto cultural, é a partir desse contexto que colocamos as discussões em foco.

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