Paisagem E Socionatureza

Paisagem E Socionatureza ao fazer um diálogo da Geografia com a Filosofia, revela a necessidade de uma construção teórica em Geografia de maior solidez.

Paisagem E Socionatureza é um livro necessário. Um livro que, ao fazer um diálogo da Geografia com a Filosofia, revela a necessidade de uma construção teórica em Geografia de maior solidez. Ao fazer sua leitura, inúmeras questões se colocam.

A partir de uma reconstrução do conceito de paisagem, resgatando clássicos da Filosofia, desde Platão e Aristóteles a Kant, o autor expressa sua busca num diálogo aprofundado e associado a sua prática acadêmica, interagindo com colegas de além-mar (Coimbra e Lisboa).

Esse deciframento está ancorado no conceito de paisagem em diálogo com o pensamento filosófico e histórico, ao mesmo tempo em que explicita as diferenciações conceituais entre natureza e espaço.

O autor afirma que paisagem é natureza e que natureza não é paisagem. Da mesma forma, espaço não é paisagem, mas a compõe. Todas essas questões levantadas são pertinentemente respondidas a partir de seu eixo reflexivo.

Sem dúvida, é um texto que suscita um efetivo debate sobre conceitos utilizados na Geografia, muitas das vezes impensados, ou constituindo metáforas, na medida em que são importados e trazidos ao corpus analítico da Geografia sem a reconfiguração necessária.

Sua dimensão conceitual de paisagem ultrapassa a velha máxima de que é aquilo que a vista alcança, na medida em que, para além da observação, argumenta sobre a implicação estética de quem a observa.

Nesse sentido, amplia o conceito, fundamentando-se no campo filosófico, e explicita que, para conceituar paisagem, é preciso compreendê-la como conexão entre o Céu e a Terra, o sublime e o belo, o ilimitado e o limitado, o exterior e o interior, a razão e a emoção, sem, contudo, advogar a exclusividade da subjetividade.

Portanto, paisagem é materialidade vivenciada, pensada, construída, seja em seus constituintes naturais ou socionaturais. Conceito que resgata de Erik Swyngedouw para demonstrar seu hibridismo e, a partir daí, reflete sobre um sentido amplo de paisagem que promova a unificação da sociedade com a natureza.

Respaldado na estética que se revela em Humboldt e em Kant, incorpora a ética, na medida em que associa o belo de uma paisagem com o direito existencial de vivê-la, que foi desconstruído pela modernidade.

É com o valor ético que expressa sua preocupação com os processos sociais, que também poderiam, na sua leitura, ser entendidos através da análise da paisagem em associação estética-ética.

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Paisagem E Socionatureza é um livro necessário. Um livro que, ao fazer um diálogo da Geografia com a Filosofia, revela a necessidade de uma construção teórica em Geografia de maior solidez. Ao fazer sua leitura, inúmeras questões se colocam.

A partir de uma reconstrução do conceito de paisagem, resgatando clássicos da Filosofia, desde Platão e Aristóteles a Kant, o autor expressa sua busca num diálogo aprofundado e associado a sua prática acadêmica, interagindo com colegas de além-mar (Coimbra e Lisboa).

Esse deciframento está ancorado no conceito de paisagem em diálogo com o pensamento filosófico e histórico, ao mesmo tempo em que explicita as diferenciações conceituais entre natureza e espaço.

O autor afirma que paisagem é natureza e que natureza não é paisagem. Da mesma forma, espaço não é paisagem, mas a compõe. Todas essas questões levantadas são pertinentemente respondidas a partir de seu eixo reflexivo.

Sem dúvida, é um texto que suscita um efetivo debate sobre conceitos utilizados na Geografia, muitas das vezes impensados, ou constituindo metáforas, na medida em que são importados e trazidos ao corpus analítico da Geografia sem a reconfiguração necessária.

Sua dimensão conceitual de paisagem ultrapassa a velha máxima de que é aquilo que a vista alcança, na medida em que, para além da observação, argumenta sobre a implicação estética de quem a observa.

Nesse sentido, amplia o conceito, fundamentando-se no campo filosófico, e explicita que, para conceituar paisagem, é preciso compreendê-la como conexão entre o Céu e a Terra, o sublime e o belo, o ilimitado e o limitado, o exterior e o interior, a razão e a emoção, sem, contudo, advogar a exclusividade da subjetividade.

Portanto, paisagem é materialidade vivenciada, pensada, construída, seja em seus constituintes naturais ou socionaturais. Conceito que resgata de Erik Swyngedouw para demonstrar seu hibridismo e, a partir daí, reflete sobre um sentido amplo de paisagem que promova a unificação da sociedade com a natureza.

Respaldado na estética que se revela em Humboldt e em Kant, incorpora a ética, na medida em que associa o belo de uma paisagem com o direito existencial de vivê-la, que foi desconstruído pela modernidade.

É com o valor ético que expressa sua preocupação com os processos sociais, que também poderiam, na sua leitura, ser entendidos através da análise da paisagem em associação estética-ética.

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