
Este livro surge como estratégia para enfrentar uma questão que desafia, na atualidade, o campo da História como área do conhecimento, seja por parte dos professores-historiadores que atuam nas universidades — dialogando direta ou indiretamente com a formação de professores — seja por aqueles que operam diretamente na educação básica: quais as demandas e os desafios em se pesquisar, escrever e ensinar História nos tempos atuais?
Nesse sentido, entendemos ser de crucial importância problematizar as questões ligadas à pesquisa, ao ensino e à escrita da História em nossa experiência de tempo presente.
Por conseguinte, um desafio se coloca: como estabelecer as conexões entre a História pesquisada, escrita e debatida nas universidades com as demandas sociais que perfilam as experiências cotidianas?
Como conectar a história vivida e praticada na academia ao universo da educação básica, e, por extensão, à vivência cotidiana de seus estudantes?
Alguns teóricos nos ajudam a conduzir as reflexões que envolvem a pesquisa, a escrita e o ensino da História. Nesse campo de debate, as análises do historiador Jörn Rüsen são significativas.
Ele defende que “[…] a história como uma matéria a ser ensinada e aprendida tem de passar por um exame didático referente à sua aplicabilidade de orientar para a vida.”.
Nesse sentido, ele sentencia que “[…] refletir sobre o uso prático do saber histórico é um requisito básico da ciência da história. E é uma exigência dos especialistas, para que não confundam o fundamento de sua ciência na vida com uma torre de marfim perdida no espaço”.
Seguindo suas reflexões, o autor destaca que a História, como ciência, necessita ancorar-se nas demandas cotidianas das experiências de tempo de homens e mulheres.
Precisa se instituir como força capaz de orientar a vida prática dos homens no tempo. Esse talvez seja um dos primeiros desafios.
Como proceder com as demandas internas do mundo acadêmico conectando-as às demandas políticas e sociais de homens, mulheres e jovens que não fazem parte do universo acadêmico?
O que fazer para reconectar as pesquisas com as demandas da vida ordinária que pulsam e fervilham fora dos muros acadêmicos?
O que fazer para que a história não continue estrangeira às questões cotidianas da maioria da população?











