A Preparação Do Escritor

Raimundo Carrero - A Preparação Do Escritor

Este livro foi escrito para aprendizes de escritor e, quem sabe, para escritores, que pretendem se aperfeiçoar na arte de escrever narrativas — romance, novela, conto. Daí porque, desde o princípio, são apresentadas aulas indicando a maneira como é possível escrever um texto a partir dos clássicos, com interferências do estudioso.


Por exemplo, toma-se um texto de Joyce — em O retrato do artista quando jovem — e o aluno começa a trabalhar com novas frases, novas palavras, até que tenha escrito o próprio texto. Aprender com Joyce é estimulante. Mas não é apenas com ele: envolve também Lawrence Durrel e Gerard de Nerval, por exemplo.
À maneira que se aprende a escrever com os clássicos, demonstra-se como é possível fazer novas abordagens, de maneira que se possa atingir a originalidade. Este processo, que vai se desenvolvendo, pouco a pouco, leva o autor a sofisticar sem perder a simplicidade — fundamental para seduzir o leitor,: Em seguida, são desenvolvidos estudos de construção de cenas e de cenários, mostrando-se que o escritor, com pleno domínio de suas técnicas, pode trabalhar com a duração psicológica do leitor, avançando ou retardando a narrativa.
Lembrando sempre: as cenas dão velocidade ao texto — ou à leitura —, enquanto os cenários, pela beleza e pelo fulgor, retardam os movimentos internos da obra.
Retardam, isso sim, de maneira estratégica Ou seja, indicam os caminhos da história ou do enredo, trabalhando a mente do leitor, sempre ávido de novidades e, sem esquecer, todavia, que todo leitor é ingênuo.
Pelo natural: ele precisa ser ingênuo, precisa ser seduzido, precisa ser surpreendido. Mas escritor é estratégico, cada um a seu modo.
Muitas vezes o leitor não percebe — em geral, não percebe mesmo — mas está sendo conduzido passo a passo. Veja assim, num exemplo bem simples e linear: "Mário foi ao cinema numa noite chuvosa e que exigia muitos cuidados, bastava olhar o homem parado na esquina, apenas com um pulôver e os braços cuidados. Enquanto caminhava, Mário procurava se proteger. À distância, um carro cortou o farol" É possível que o narrador esteja sendo preparando alguma surpresa — as surpresas são ótimas.
Então, cena é movimento. Cena: Personagem + ação + sequência.

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Raimundo Carrero – A Preparação Do Escritor

Este livro foi escrito para aprendizes de escritor e, quem sabe, para escritores, que pretendem se aperfeiçoar na arte de escrever narrativas — romance, novela, conto. Daí porque, desde o princípio, são apresentadas aulas indicando a maneira como é possível escrever um texto a partir dos clássicos, com interferências do estudioso.
Por exemplo, toma-se um texto de Joyce — em O retrato do artista quando jovem — e o aluno começa a trabalhar com novas frases, novas palavras, até que tenha escrito o próprio texto. Aprender com Joyce é estimulante. Mas não é apenas com ele: envolve também Lawrence Durrel e Gerard de Nerval, por exemplo.
À maneira que se aprende a escrever com os clássicos, demonstra-se como é possível fazer novas abordagens, de maneira que se possa atingir a originalidade. Este processo, que vai se desenvolvendo, pouco a pouco, leva o autor a sofisticar sem perder a simplicidade — fundamental para seduzir o leitor,: Em seguida, são desenvolvidos estudos de construção de cenas e de cenários, mostrando-se que o escritor, com pleno domínio de suas técnicas, pode trabalhar com a duração psicológica do leitor, avançando ou retardando a narrativa.
Lembrando sempre: as cenas dão velocidade ao texto — ou à leitura —, enquanto os cenários, pela beleza e pelo fulgor, retardam os movimentos internos da obra.
Retardam, isso sim, de maneira estratégica Ou seja, indicam os caminhos da história ou do enredo, trabalhando a mente do leitor, sempre ávido de novidades e, sem esquecer, todavia, que todo leitor é ingênuo.
Pelo natural: ele precisa ser ingênuo, precisa ser seduzido, precisa ser surpreendido. Mas escritor é estratégico, cada um a seu modo.
Muitas vezes o leitor não percebe — em geral, não percebe mesmo — mas está sendo conduzido passo a passo. Veja assim, num exemplo bem simples e linear: “Mário foi ao cinema numa noite chuvosa e que exigia muitos cuidados, bastava olhar o homem parado na esquina, apenas com um pulôver e os braços cuidados. Enquanto caminhava, Mário procurava se proteger. À distância, um carro cortou o farol” É possível que o narrador esteja sendo preparando alguma surpresa — as surpresas são ótimas.
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