Um exame, mesmo cursivo, da paisagem brasileira mostra um mosaico nas características de uso do solo. Convivem lado a lado áreas de bem-estar e prosperidade e outras refletindo as maiores misérias; condomínios de casas amplas, bem espaçadas, ilhadas no verde, e favelas sem verde, sem espaço livre, sem lazer.
Essa desigualdade não surgiu do nada, ela reflete um processo histórico que se substanciou ao longo do tempo e que começa, no seu registro com a carta de Pero Vaz de Caminha.
Que fatores foram responsáveis por esse contrastante mosaico? A relação campo-cidade tem algo a ver com isso? Por que os processos industriais e de comunicação mudam tão rapidamente e os agroecossistemas teimam em mudar em uma velocidade menor em muitos aspectos? O que faz com que o agricultor brasileiro seja tão resistente às mudanças? Que efeitos a industrialização da agricultura tem nisso tudo? Como têm sido as políticas públicas nesse sentido? Existe algum fator inerente às características intrínsecas
de nós, brasileiros, pertinentes nesse processo?
Esse trabalho procura responder a algumas dessas perguntas. Pela própria natureza maiúscula do problema e pelas limitações dos autores em abordar com profundidade e consistência todas os aspectos da questão, esse ensaio é, de certa forma, um pensar alto, o levantamento de algumas questões e proposições para que outros, com mais propriedade, possam equacioná-las com mais consistência.
Nessas considerações foram incluídos: (1) essa introdução; (2) a história de ocupação e uso do solo, começando da carta de Caminha e ressaltando o teor de conhecimento dos habitantes da terra; (3) as considerações sobre as relações campo-cidade e o processo de industrialização da agricultura; (4) as características peculiares dos agroecossistemas, a apresentação do tetraedro ecológico e sustentabilidade; (5) as práticas de convivência e de redução dos problemas; agricultura alternativa; políticas públicas; (6) a questão do conhecimento, das características do homem brasileiro e das políticas públicas no gerenciamento de políticas de uso do solo.
500 Anos De Uso Do Solo No Brasil
- Arquitetura, Ciências Sociais, Geografia, Urbanismo
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