Jornalismo E Mercado: Os Novos Desafios Colocados À Formação

Nas entrevistas que fizemos a 67 alunos, das seis licenciaturas que analisámos, sobressai um sentimento comum, que esbate diferenças sociais, geográficas, ideológicas, de personalidade. O fascínio pela profissão de jornalista.


A imagem romântica que muitos cristalizaram da profissão, amplamente difundida pelo cinema e em séries televisivas; a ideia de que o jornalista é alguém que ergue barreiras contra a progressão de poderes instalados, que protege os fracos e ataca os fortes...
Essa ideia permanece viva no imaginário coletivo. Certamente também no espírito de muitos destes alunos quando começaram a ter consciência da profissão que gostariam de ter; e essa consciência assumiu a dimensão de um sonho que os guiou até à faculdade.
O sinal mais coeso do fascínio que o jornalismo e os jornalistas exercem nas pessoas é o debate extremado a que se presta.
O jornalista ama-se ou odeia-se: hoje é deus da sociedade de informação, amanhã o culpado por todas as distorções ou manipulações informativas. Brian McNair observa a “esquizofrenia cultural” que o jornalismo e os jornalistas despertam no público, expressa num jogo de opostos ao nível das sensações: “heróis e vilões”, “amor e ódio”, “desprezo e respeito”, “admiração e raiva”.
Essa apreciação, que salta de um lado ao outro do espectro de sentimentos, sem se fixar no meio-termo, é comum a outras atividades profissionais sujeitas a elevado grau de exposição pública onde, igualmente, esse escrutínio de opostos tem influência no desempenho profissional; mas, como reconhece Érik Neveu, nenhuma outra profissão se presta “a evocações épicas”, como o jornalismo, quando em causa está a pressão imposta pelo fator tempo.
Essa pressão, e o stress que lhe está associado, geram no protagonista um grau de satisfação tal, que serve de alimento ao mito que torna a profissão tão desejável aos olhos do mundo.
Assim, ao mesmo tempo que o jornalista assume esse papel de “globetrotter", confidente dos poderosos, investigador capaz de desvendar os segredos mais bem guardados”, rótulos de outra índole se impõem: “manipulação da informação, (...) assessores de imprensa complacentes ou embaraçados”, atores de “golpes mediáticos” que deturpam a realidade em função de interesses particulares.

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Nas entrevistas que fizemos a 67 alunos, das seis licenciaturas que analisámos, sobressai um sentimento comum, que esbate diferenças sociais, geográficas, ideológicas, de personalidade. O fascínio pela profissão de jornalista.
A imagem romântica que muitos cristalizaram da profissão, amplamente difundida pelo cinema e em séries televisivas; a ideia de que o jornalista é alguém que ergue barreiras contra a progressão de poderes instalados, que protege os fracos e ataca os fortes…
Essa ideia permanece viva no imaginário coletivo. Certamente também no espírito de muitos destes alunos quando começaram a ter consciência da profissão que gostariam de ter; e essa consciência assumiu a dimensão de um sonho que os guiou até à faculdade.
O sinal mais coeso do fascínio que o jornalismo e os jornalistas exercem nas pessoas é o debate extremado a que se presta.
O jornalista ama-se ou odeia-se: hoje é deus da sociedade de informação, amanhã o culpado por todas as distorções ou manipulações informativas. Brian McNair observa a “esquizofrenia cultural” que o jornalismo e os jornalistas despertam no público, expressa num jogo de opostos ao nível das sensações: “heróis e vilões”, “amor e ódio”, “desprezo e respeito”, “admiração e raiva”.
Essa apreciação, que salta de um lado ao outro do espectro de sentimentos, sem se fixar no meio-termo, é comum a outras atividades profissionais sujeitas a elevado grau de exposição pública onde, igualmente, esse escrutínio de opostos tem influência no desempenho profissional; mas, como reconhece Érik Neveu, nenhuma outra profissão se presta “a evocações épicas”, como o jornalismo, quando em causa está a pressão imposta pelo fator tempo.
Essa pressão, e o stress que lhe está associado, geram no protagonista um grau de satisfação tal, que serve de alimento ao mito que torna a profissão tão desejável aos olhos do mundo.
Assim, ao mesmo tempo que o jornalista assume esse papel de “globetrotter”, confidente dos poderosos, investigador capaz de desvendar os segredos mais bem guardados”, rótulos de outra índole se impõem: “manipulação da informação, (…) assessores de imprensa complacentes ou embaraçados”, atores de “golpes mediáticos” que deturpam a realidade em função de interesses particulares.

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