Titília E O Demonão

No segundo semestre de 2010, por um desses acasos que só podem ser explicados como intervenção divina — sendo a divindade em questão Clio, a musa da História —, nada menos que 94 cartas do imperador Pedro I à sua célebre amante, a marquesa de Santos, escritas entre 1823 e 1827

, posteriormente desaparecidas e esquecidas, foram achadas quase por acidente, em um obscuro museu norte-americano, por um pesquisador brasileiro com alma de detetive, faro de sabujo e paciência de Jó.
Se existem mulheres ocasionalmente elevadas à categoria de “namorada do Brasil”, só uma pode ser chamada de “amante do Brasil”: Domitila de Castro Canto e Melo, a jovem divorciada cujo tórrido affair com dom Pedro I constitui o maior romance da nossa história.
Todos os países gostam de ter o seu no imaginário nacional, mas a correspondência do imperador brasileiro com a sua amásia paulista contém um elemento pícaro e erótico que chocaria Abelardo e Heloísa e deixaria ruborizados quaisquer casais anteriores a John Lennon e Yoko Ono.
Napoleão, quando muito, mencionava a “florestinha negra” de Josefina em carta para a própria; dom Pedro fala da “tua coisa”, referindo-se ao próprio pênis, e das vicissitudes sofridas por este (carta 70). Em outra ocasião (carta 24) diz que naquela noite irá “aos cofres” de Domitila, eufemismo para aquilo mesmo.
Talvez o mais divertido destas missivas sejam os insistentes protestos de fidelidade do mulherengo coroado, tentando acalmar as crises de ciúme da amante, sobretudo por sabermos que ele teve outras mulheres durante seu caso com Domitila, inclusive a própria irmã desta!
As epístolas desta edição em sua maioria não vieram datadas, mas o profundo conhecimento histórico do Paulo Rezzutti supre esta falta. “As formas como d. Pedro chama sua amante e como ele assina, somadas a fatos históricos e situações familiares conhecidas mencionadas nas cartas, permitiram, na maioria das vezes, identificar o ano e até a quinzena do mês em que foram escritas.”
Além das 94 cartas que ele descobriu na Hispanic Society of America, em Nova Iorque, outras 17 valorizam o final deste volume em forma de anexos, algumas inéditas, outras não, todas transcritas diretamente dos originais, corrigindo inexatidões anteriores.

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No segundo semestre de 2010, por um desses acasos que só podem ser explicados como intervenção divina — sendo a divindade em questão Clio, a musa da História —, nada menos que 94 cartas do imperador Pedro I à sua célebre amante, a marquesa de Santos, escritas entre 1823 e 1827, posteriormente desaparecidas e esquecidas, foram achadas quase por acidente, em um obscuro museu norte-americano, por um pesquisador brasileiro com alma de detetive, faro de sabujo e paciência de Jó.
Se existem mulheres ocasionalmente elevadas à categoria de “namorada do Brasil”, só uma pode ser chamada de “amante do Brasil”: Domitila de Castro Canto e Melo, a jovem divorciada cujo tórrido affair com dom Pedro I constitui o maior romance da nossa história.
Todos os países gostam de ter o seu no imaginário nacional, mas a correspondência do imperador brasileiro com a sua amásia paulista contém um elemento pícaro e erótico que chocaria Abelardo e Heloísa e deixaria ruborizados quaisquer casais anteriores a John Lennon e Yoko Ono.
Napoleão, quando muito, mencionava a “florestinha negra” de Josefina em carta para a própria; dom Pedro fala da “tua coisa”, referindo-se ao próprio pênis, e das vicissitudes sofridas por este (carta 70). Em outra ocasião (carta 24) diz que naquela noite irá “aos cofres” de Domitila, eufemismo para aquilo mesmo.
Talvez o mais divertido destas missivas sejam os insistentes protestos de fidelidade do mulherengo coroado, tentando acalmar as crises de ciúme da amante, sobretudo por sabermos que ele teve outras mulheres durante seu caso com Domitila, inclusive a própria irmã desta!
As epístolas desta edição em sua maioria não vieram datadas, mas o profundo conhecimento histórico do Paulo Rezzutti supre esta falta. “As formas como d. Pedro chama sua amante e como ele assina, somadas a fatos históricos e situações familiares conhecidas mencionadas nas cartas, permitiram, na maioria das vezes, identificar o ano e até a quinzena do mês em que foram escritas.”
Além das 94 cartas que ele descobriu na Hispanic Society of America, em Nova Iorque, outras 17 valorizam o final deste volume em forma de anexos, algumas inéditas, outras não, todas transcritas diretamente dos originais, corrigindo inexatidões anteriores.

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