Uma Situação Colonial?

Paulo Emílio Sales Gomes - Uma Situação Colonial?

Crítico cosmopolita, autor de uma biografia de Jean Vigo e conhecedor profundo do cinema europeu, Paulo Emílio dedicou a maior parte de sua energia ao cinema nacional.

O livro reúne artigos publicados em diversos jornais e revistas, além de dois ensaios clássicos: Uma situação colonial?, comunicação apresentada em 1960, e "Cinema: trajetória no subdesenvolvimento", publicado em 1973.

Completam o volume, organizado pelo professor Carlos Augusto Calil, um texto de Glauber Rocha e uma apresentação de Paulo Emílio feita pelo crítico e companheiro de geração Antonio Candido.

Este livro organiza o seu material segundo tópicos, não segundo a cronologia, e não raro entrelaça material publicado em distintas fontes, inclusive um texto que, originalmente, perfazia todo um livro, Panorama do cinema brasileiro: 1896-1966.

Esse panorama, enquanto amplo retrospecto de uma história segmentada em épocas, é exposição mais detalhada do que o autor retoma, de forma concisa e com maior densidade teórica, no ensaio “Cinema: Trajetória no subdesenvolvimento” (1973), peça mais contundente em sua grande síntese de um processo cultural e político.

Temos aqui reunidas múltiplas manifestações dessa consciência do “lugar de fala”, notável em Paulo Emílio que, não raro, cultivava a auto-exposição num tom de conversa pessoal que abrigava toda uma pedagogia voltada para o deslocamento do leitor em direção a uma forma mais lúcida de mergulho, mesmo no que havia de mais precário.

Com clareza de estilo e paciência, buscava, em cada caso, a forma mais ajustada de expor o quanto a natureza do processo cultural o obrigava a reconhecer que todos — ele mesmo e seu leitor — estavam aí implicados, e seria uma obstinada alienação observar tudo à distância, com indiferença.

Valia o convite ao leitor para buscar uma nova compreensão da ordem das coisas em que estava enredado um cinema que não solicitava idealizações, mas uma visão realista capaz de equacionar seus entraves, admitida a sua fragilidade e, no limite, seus lances de mediocridade.

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Paulo Emílio Sales Gomes – Uma Situação Colonial?

Crítico cosmopolita, autor de uma biografia de Jean Vigo e conhecedor profundo do cinema europeu, Paulo Emílio dedicou a maior parte de sua energia ao cinema nacional.

O livro reúne artigos publicados em diversos jornais e revistas, além de dois ensaios clássicos: Uma situação colonial?, comunicação apresentada em 1960, e “Cinema: trajetória no subdesenvolvimento”, publicado em 1973.

Completam o volume, organizado pelo professor Carlos Augusto Calil, um texto de Glauber Rocha e uma apresentação de Paulo Emílio feita pelo crítico e companheiro de geração Antonio Candido.

Este livro organiza o seu material segundo tópicos, não segundo a cronologia, e não raro entrelaça material publicado em distintas fontes, inclusive um texto que, originalmente, perfazia todo um livro, Panorama do cinema brasileiro: 1896-1966.

Esse panorama, enquanto amplo retrospecto de uma história segmentada em épocas, é exposição mais detalhada do que o autor retoma, de forma concisa e com maior densidade teórica, no ensaio “Cinema: Trajetória no subdesenvolvimento” (1973), peça mais contundente em sua grande síntese de um processo cultural e político.

Temos aqui reunidas múltiplas manifestações dessa consciência do “lugar de fala”, notável em Paulo Emílio que, não raro, cultivava a auto-exposição num tom de conversa pessoal que abrigava toda uma pedagogia voltada para o deslocamento do leitor em direção a uma forma mais lúcida de mergulho, mesmo no que havia de mais precário.

Com clareza de estilo e paciência, buscava, em cada caso, a forma mais ajustada de expor o quanto a natureza do processo cultural o obrigava a reconhecer que todos — ele mesmo e seu leitor — estavam aí implicados, e seria uma obstinada alienação observar tudo à distância, com indiferença.

Valia o convite ao leitor para buscar uma nova compreensão da ordem das coisas em que estava enredado um cinema que não solicitava idealizações, mas uma visão realista capaz de equacionar seus entraves, admitida a sua fragilidade e, no limite, seus lances de mediocridade.

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