Os ensaios que compõem os capítulos deste livro procuram esclarecer, de ângulos diferentes e num período de tempo que vai da metade do século XV à metade do século XVIII, alguns temas que têm uma importância central na chamada Revolução Científica: o declínio do mundo mágico e da tradição hermética; as estreitas conexões entre o nascimento da nova ciência e os problemas da teologia; as discussões de física e de cosmologia que acompanharam e determinaram o fim da visão aristotélico-ptolomaica de Universo; a disputa sobre a infinitude e a habitabilidade dos mundos e sobre a posição do homem no cosmos; o problema das classificações naturais e a formação de uma linguagem rigorosa na botânica, na zoologia, na química; as grandes alternativas presentes na discussão sobre a história da Terra e o peso exercido sobre elas pelas perspectivas cartesiana e newtoniana.
A maior parte dos ensaios foi escrita entre 1965 e 1969 e recolhida no volume Aspetti della Rivoluzione scientifica, Morano. Solicitada uma nova edição, submeti-os a uma reescritura que compreende, além de um rigoroso repolimento, numerosas integrações e referências a uma série de estudos publicados posteriormente ao aparecimento daquele livro. Eliminei dois apêndices e dois ensaios: um ‘perfil’ de Galileu Galilei e um capitulo sobre Thomas Bumet que, nesse ínterim, tinha sido inserido, com as mudanças oportunas, no volume l segni del tempo: storia della Terra e storia delle Nazioni da Hooke a Vico, Feltrinelli. Acrescentei quatro ensaios, escritos ao longo dos últimos dez anos, sobre Leonardo, sobre Galileu e o texto bíblico sobre o conflito entre os modernos e os aristotélicos, sobre o geólogo newtoniano Anton lazzaro Moro.
Preferi não tocar no texto da Introdução que foi escrita nos últimos meses de 1969. Como já adverti em 1971, o título e o texto dessa introdução tinham intenções claramente polêmicas. Não se dirigiam certamente à comunidade dos historiadores da filosofia das idéias ou da ciência, mas principalmente contra aqueles literatos e jornalistas, filósofos improvisados, epistemólogos de fim·de-semana, cientistas aposentados que estavam interessados sobretudo em apresentar a um grande público uma imagem totalmente negativa da ciência e da sociedade industrial, e que estavam também convencidos de que tal operação ofereceria uma contribuição decisiva não apenas à ‘realização na práxis’ de suas nem sempre inocentes fantasias, mas também ao advento de uma iminente e purificadora revolução das massas.
A Ciência E A Filosofia Dos Modernos
- Ciências, Filosofia
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