Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo

Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo, de Pablo Silva Lira, insere-se num renovado esforço de conformação de um campo de pesquisa que recoloca o urbano e a violência tanto como unidades de análises quanto como recurso analítico capaz de enfrentar a multiplicidade do social e a inesgotabilidade do real

, oferecendo uma possibilidade para a compreensão mais ampla de questões centrais da sociedade brasileira.
Aspectos espaciais, geográficos, demográficos e socioeconômicos da violência são, assim, articulados ao urbano e disso deriva uma questão central para o livro, qual seja, a de que tais fenômenos devem ser observados para além de uma simples relação causa e efeito, considerando-os de modo multidimensional e mutifacetado.
A violência não é assumida apenas como um conceito teórico das Ciências Sociais e Humanas, mas é apropriada como evidência empírica de uma série de dilemas da organização do espaço urbano e da administração de conflitos sociais; como elemento-chave para se compreender as respostas públicas frente ao crime, à desigualdade e à garantia e manutenção da paz e de direitos.
E é em torno de uma agenda alternativa às profundas ineficiências e inequidades geradas pelo sistema de segurança pública e justiça do Brasil que Pablo Silva Lira vai, a partir de dados sobre a cidade de Vitória, refletir sobre os rumos e sentidos das políticas públicas da área. Ou seja, o Estado foi tomado como um ator fundamental na organização do espaço urbano e, portanto, Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo busca medir a influência das ações públicas, na ideia de dar significado aos dados e, sobretudo, na proposta de identificar os sentidos da política.
Trata-se, por certo, de uma abordagem em muito influenciada pela sociologia norteamericana e pela geografia, pelas quais os estudos pioneiros da Escola de Chicago são atualizados e seus temas ganham nova centralidade.
Mas o grande mérito de Pablo Silva Lira é o de assumir, explicitamente, a perspectiva relacional na análise e compreensão das questões levantadas ao longo do livro.
Há, nesse movimento, uma procura constante por variáveis intervenientes na relação entre violência e espaço urbano, mas há, em especial, o reconhecimento de diferenças que marcam e estratificam profundamente a nossa sociedade.
Dito tudo isso, creio que Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo tem o potencial de ser uma das obras de referência para os estudos urbanos e possui o mérito de se constituir em um balanço de quase todas as principais e atuais questões postas ao debate sobre violência e espaço urbano no Brasil. O texto faz uma ponte importante com os estudos sobre metrópoles e pobreza e os complementa com uma elegante análise da violência, muitas vezes tida como um campo autônomo de estudos.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo

Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo, de Pablo Silva Lira, insere-se num renovado esforço de conformação de um campo de pesquisa que recoloca o urbano e a violência tanto como unidades de análises quanto como recurso analítico capaz de enfrentar a multiplicidade do social e a inesgotabilidade do real, oferecendo uma possibilidade para a compreensão mais ampla de questões centrais da sociedade brasileira.
Aspectos espaciais, geográficos, demográficos e socioeconômicos da violência são, assim, articulados ao urbano e disso deriva uma questão central para o livro, qual seja, a de que tais fenômenos devem ser observados para além de uma simples relação causa e efeito, considerando-os de modo multidimensional e mutifacetado.
A violência não é assumida apenas como um conceito teórico das Ciências Sociais e Humanas, mas é apropriada como evidência empírica de uma série de dilemas da organização do espaço urbano e da administração de conflitos sociais; como elemento-chave para se compreender as respostas públicas frente ao crime, à desigualdade e à garantia e manutenção da paz e de direitos.
E é em torno de uma agenda alternativa às profundas ineficiências e inequidades geradas pelo sistema de segurança pública e justiça do Brasil que Pablo Silva Lira vai, a partir de dados sobre a cidade de Vitória, refletir sobre os rumos e sentidos das políticas públicas da área. Ou seja, o Estado foi tomado como um ator fundamental na organização do espaço urbano e, portanto, Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo busca medir a influência das ações públicas, na ideia de dar significado aos dados e, sobretudo, na proposta de identificar os sentidos da política.
Trata-se, por certo, de uma abordagem em muito influenciada pela sociologia norteamericana e pela geografia, pelas quais os estudos pioneiros da Escola de Chicago são atualizados e seus temas ganham nova centralidade.
Mas o grande mérito de Pablo Silva Lira é o de assumir, explicitamente, a perspectiva relacional na análise e compreensão das questões levantadas ao longo do livro.
Há, nesse movimento, uma procura constante por variáveis intervenientes na relação entre violência e espaço urbano, mas há, em especial, o reconhecimento de diferenças que marcam e estratificam profundamente a nossa sociedade.
Dito tudo isso, creio que Geografia Do Crime E Arquitetura Do Medo tem o potencial de ser uma das obras de referência para os estudos urbanos e possui o mérito de se constituir em um balanço de quase todas as principais e atuais questões postas ao debate sobre violência e espaço urbano no Brasil. O texto faz uma ponte importante com os estudos sobre metrópoles e pobreza e os complementa com uma elegante análise da violência, muitas vezes tida como um campo autônomo de estudos.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog