O Duplo

Otto Rank - O Duplo

Dentre os estudos do psicólogo e psicanalista austríaco Otto Rank, O Duplo ocupa lugar de destaque, mantendo-se como texto basilar, ainda hoje, para qualquer investigação sobre a duplicidade do Eu na literatura, no cinema ou em outras artes.


Dada sua relevância e também a inexistência de uma edição brasileira em circulação — a última é de 1939 —colocá-lo novamente ao alcance do leitor de língua portuguesa é uma necessidade, mas também uma justa homenagem ao “grande gênio não reconhecido no círculo de Freud”, como o chamou o pioneiro da psicoterapia existencial Rollo May, profundamente influenciado por Rank, assim como Carl Rogers, Paul Goodman, Ernest Becker, Stanislav Grof, entre tantos outros.
No que diz respeito ao autor, algumas palavras podem ser ditas, à guisa de introdução. Otto Rank entrou em contato com a Psicanálise em 1905, ao ler A interpretação dos sonhos (1900) e em seguida Estudos sobre a histeria(1895). Alfred Adler, na ocasião ainda membro do movimento psicanalítico, era médico de Rank e o apresentou a Freud no mesmo ano (Lieberman, 1985).
Já no primeiro capítulo de O Duplo vemos Rank apresentando o que serviu como a inspiração para sua discussão do duplo: o filme O estudante de Praga, de Ewers, que havia sido exibido na época em Viena. Apresentando ao leitor o enredo do filme, ele logo passa à hipótese de que o impacto emocional que é provocado em quem assiste deve significar que ele toca conteúdos profundos. Assim, estabelece o plano de investigar, nos capítulos seguintes, o problema central do filme, a figura do duplo, nos variados contextos: literatura, tradições folclóricas, etnográficas e míticas, além de uma discussão psicanalítica da questão.
Dessa forma, no segundo capítulo, passa a um estudo bastante detalhado do uso do duplo na literatura. Rank vai percorrendo cuidadosamente a obra de diversos autores, entre os quais se destacam Hoffmann, Chamisso, Dostoiévski, Poe e Maupassant. Ao guiar o leitor por esse percurso, ele vai aos poucos traçando paralelos entre as diversas formas de apresentação do duplo, aproximando todas estas narrativas, mesmo quando usam formas diferentes de representar o problema. Vemos que certo autor liga o duplo à sombra, outro enfatiza a imagem no espelho, alguns optam por uma representação mais “psicológica”, na forma de uma alucinação...

https://b-ok.cc/book/5066805/17bdc9

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Dada sua relevância e também a inexistência de uma edição brasileira em circulação — a última é de 1939 —colocá-lo novamente ao alcance do leitor de língua portuguesa é uma necessidade, mas também uma justa homenagem ao “grande gênio não reconhecido no círculo de Freud”, como o chamou o pioneiro da psicoterapia existencial Rollo May, profundamente influenciado por Rank, assim como Carl Rogers, Paul Goodman, Ernest Becker, Stanislav Grof, entre tantos outros.
No que diz respeito ao autor, algumas palavras podem ser ditas, à guisa de introdução. Otto Rank entrou em contato com a Psicanálise em 1905, ao ler A interpretação dos sonhos (1900) e em seguida Estudos sobre a histeria(1895). Alfred Adler, na ocasião ainda membro do movimento psicanalítico, era médico de Rank e o apresentou a Freud no mesmo ano (Lieberman, 1985).
Já no primeiro capítulo de O Duplo vemos Rank apresentando o que serviu como a inspiração para sua discussão do duplo: o filme O estudante de Praga, de Ewers, que havia sido exibido na época em Viena. Apresentando ao leitor o enredo do filme, ele logo passa à hipótese de que o impacto emocional que é provocado em quem assiste deve significar que ele toca conteúdos profundos. Assim, estabelece o plano de investigar, nos capítulos seguintes, o problema central do filme, a figura do duplo, nos variados contextos: literatura, tradições folclóricas, etnográficas e míticas, além de uma discussão psicanalítica da questão.
Dessa forma, no segundo capítulo, passa a um estudo bastante detalhado do uso do duplo na literatura. Rank vai percorrendo cuidadosamente a obra de diversos autores, entre os quais se destacam Hoffmann, Chamisso, Dostoiévski, Poe e Maupassant. Ao guiar o leitor por esse percurso, ele vai aos poucos traçando paralelos entre as diversas formas de apresentação do duplo, aproximando todas estas narrativas, mesmo quando usam formas diferentes de representar o problema. Vemos que certo autor liga o duplo à sombra, outro enfatiza a imagem no espelho, alguns optam por uma representação mais “psicológica”, na forma de uma alucinação

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