Experiência E Metafísica Em Henri Bergson

Nesta obra, o autor mostra que a compreensão do pensamento filosófico de Bergson passa pela consideração de suas atitudes existenciais.

O que os místicos teriam a dizer substancialmente aos metafísicos? Em caso positivo, como se daria tal comunicação, haja vista buscarem fundamentos da realidade, mas falarem dialetos tão distintos? Seria possível um entendimento e uma parceria entre a poesia do inefável e a razão discursiva?

Questões como essas bailaram em minha mente até conhecer um pouco do espiritualismo contemporâneo e seu principal representante: Henri Bergson. Como praticamente todos os pensadores do seu tempo, ele viu-se diante da gigantesca herança do materialismo do século XIX: o discurso positivista, o marxismo, os niilismos, os fisiologismos reducionistas, a rigidez conceitual, a linearidade e a espacialização da vida pujante … As consistentes respostas de Bergson em favor de um conhecimento filosófico da vida e do espírito mais fluidos impressionaram-me.

Procurei problematizar as inquietações e daí nasceu o projeto de dissertação sobre a interface entre mística e metafísica sob o enfoque bergsoniano. Sob a orientação do prof. Dr. Marconi José Pimentel Pequeno (UFPB), defendi no ano 2000 o presente trabalho que agora publico ligeiramente refundido. Tive o cuidado de atualizar algumas referências, acrescentando uns poucos títulos que vieram à lume depois da defesa.

A denominação mística atribuída a tal pensador, refere-se à condenação que lhe foi lançada em resposta a sua audácia de tentar enriquecer a tradição metafísica mediante investigações filosóficas oriundas de experiências místicas religiosas, pois acertadamente o tomista Alexandre Correia refere-se à filosofia de Bergson como algo “Metafísico, pois, pelos resultados, o bergsonismo é empírico pelo método”.

Mística, misticismo e religião, de ordinário, são confundidos na modernidade com o nebuloso, o irracional, o patológico e, por conseguinte, vistos como incompatíveis com o rigor metodológico próprio da razão filosófica.

O projeto empreendido por Bergson não é cativo da experiência mística. Sua ambiciosa empresa foi a de pôr em xeque a própria filosofia, seus limites, seus métodos, sua linguagem com base na discursividade, a fim de libertar a metafísica da camisa-de-força metodológica imposta pela própria ciência de inspiração aristotélica, cartesiana e kantiana.

Links para Download

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Mais Lidos

Blog

Experiência E Metafísica Em Henri Bergson

Nesta obra, o autor mostra que a compreensão do pensamento filosófico de Bergson passa pela consideração de suas atitudes existenciais.

O que os místicos teriam a dizer substancialmente aos metafísicos? Em caso positivo, como se daria tal comunicação, haja vista buscarem fundamentos da realidade, mas falarem dialetos tão distintos? Seria possível um entendimento e uma parceria entre a poesia do inefável e a razão discursiva?

Questões como essas bailaram em minha mente até conhecer um pouco do espiritualismo contemporâneo e seu principal representante: Henri Bergson. Como praticamente todos os pensadores do seu tempo, ele viu-se diante da gigantesca herança do materialismo do século XIX: o discurso positivista, o marxismo, os niilismos, os fisiologismos reducionistas, a rigidez conceitual, a linearidade e a espacialização da vida pujante … As consistentes respostas de Bergson em favor de um conhecimento filosófico da vida e do espírito mais fluidos impressionaram-me.

Procurei problematizar as inquietações e daí nasceu o projeto de dissertação sobre a interface entre mística e metafísica sob o enfoque bergsoniano. Sob a orientação do prof. Dr. Marconi José Pimentel Pequeno (UFPB), defendi no ano 2000 o presente trabalho que agora publico ligeiramente refundido. Tive o cuidado de atualizar algumas referências, acrescentando uns poucos títulos que vieram à lume depois da defesa.

A denominação mística atribuída a tal pensador, refere-se à condenação que lhe foi lançada em resposta a sua audácia de tentar enriquecer a tradição metafísica mediante investigações filosóficas oriundas de experiências místicas religiosas, pois acertadamente o tomista Alexandre Correia refere-se à filosofia de Bergson como algo “Metafísico, pois, pelos resultados, o bergsonismo é empírico pelo método”.

Mística, misticismo e religião, de ordinário, são confundidos na modernidade com o nebuloso, o irracional, o patológico e, por conseguinte, vistos como incompatíveis com o rigor metodológico próprio da razão filosófica.

O projeto empreendido por Bergson não é cativo da experiência mística. Sua ambiciosa empresa foi a de pôr em xeque a própria filosofia, seus limites, seus métodos, sua linguagem com base na discursividade, a fim de libertar a metafísica da camisa-de-força metodológica imposta pela própria ciência de inspiração aristotélica, cartesiana e kantiana.

Link Quebrado?

Caso o link não esteja funcionando comente abaixo e tentaremos localizar um novo link para este livro.

Deixe seu comentário

Pesquisar

Mais Lidos

Blog