Histórias Da (I)migração

Analisar a migração, a imigração, migrantes e imigrantes na formação da sociedade paulista entre o final do século XIX e o início do século XXI é o objetivo central de Histórias Da (I)migração.

Embora haja muita concordância sobre a importância dos deslocamentos populacionais como explicativos de nossa história, incidem sobre eles uma variedade de abordagens e enfoques. As expressões migração, imigração, migrantes e imigrantes, por si sós, denotam diferentes perspectivas sobre os deslocamentos e apontam para a variedade de interpretações possíveis sobre o tema.
Por um lado, os deslocamentos populacionais podem ser compreendidos a partir de perspectivas macroestruturais. O deslocamento de homens, mulheres e crianças é resultado de determinações econômicas e políticas; ele é apreendido como um processo no qual suas razões explicativas não fazem parte das experiências de vida daqueles que se deslocam. Neste sentido, na noção de migração ou imigração, a variável explicativa está, na maioria das vezes, para além dos sujeitos que se deslocam.
Por outro lado, a mobilidade humana no tempo não se resume apenas às determinações estruturais mais amplas. Por vezes (e muitas vezes) ela é resposta a questões e problemas que estão no cotidiano, na subjetividade, nos sonhos e utopias dos indivíduos e dos grupos sociais que optam pelo deslocamento. A partir dessa perspectiva, mudamos o foco explicativo dos deslocamentos de maneira a captar seus elementos mais sutis, menos visíveis; nesse momento, surgem os migrantes e os imigrantes.
O deslocamento, enquanto processo, e a mobilidade – e suas causas menos aparentes – não são formas excludentes para a compreensão dos deslocamentos populacionais; no entanto, constituem opções de análise que tendem a produzir elementos explicativos particulares sobre o fenômeno. Encontrar um caminho de equilíbrio entre essas duas perspectivas nem sempre é simples, mas algo muito importante.
Do ponto de vista do cotidiano escolar, uma alegoria pode explicitar essa questão. Se partirmos da noção de que para toda presença há uma ausência que a explica, a presença de estudantes bolivianos, chineses ou nordestinos na sala de aula deve ser analisada também a partir da perspectiva das ausências que informam essa presença.
Assim, os estudantes possuem uma identidade, uma singularidade ou particularidade que devem ser consideradas ao passo que sua presença é, igualmente, resultado de fenômenos mais amplos e menos perceptíveis no contexto escolar.

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Analisar a migração, a imigração, migrantes e imigrantes na formação da sociedade paulista entre o final do século XIX e o início do século XXI é o objetivo central de Histórias Da (I)migração. Embora haja muita concordância sobre a importância dos deslocamentos populacionais como explicativos de nossa história, incidem sobre eles uma variedade de abordagens e enfoques. As expressões migração, imigração, migrantes e imigrantes, por si sós, denotam diferentes perspectivas sobre os deslocamentos e apontam para a variedade de interpretações possíveis sobre o tema.
Por um lado, os deslocamentos populacionais podem ser compreendidos a partir de perspectivas macroestruturais. O deslocamento de homens, mulheres e crianças é resultado de determinações econômicas e políticas; ele é apreendido como um processo no qual suas razões explicativas não fazem parte das experiências de vida daqueles que se deslocam. Neste sentido, na noção de migração ou imigração, a variável explicativa está, na maioria das vezes, para além dos sujeitos que se deslocam.
Por outro lado, a mobilidade humana no tempo não se resume apenas às determinações estruturais mais amplas. Por vezes (e muitas vezes) ela é resposta a questões e problemas que estão no cotidiano, na subjetividade, nos sonhos e utopias dos indivíduos e dos grupos sociais que optam pelo deslocamento. A partir dessa perspectiva, mudamos o foco explicativo dos deslocamentos de maneira a captar seus elementos mais sutis, menos visíveis; nesse momento, surgem os migrantes e os imigrantes.
O deslocamento, enquanto processo, e a mobilidade – e suas causas menos aparentes – não são formas excludentes para a compreensão dos deslocamentos populacionais; no entanto, constituem opções de análise que tendem a produzir elementos explicativos particulares sobre o fenômeno. Encontrar um caminho de equilíbrio entre essas duas perspectivas nem sempre é simples, mas algo muito importante.
Do ponto de vista do cotidiano escolar, uma alegoria pode explicitar essa questão. Se partirmos da noção de que para toda presença há uma ausência que a explica, a presença de estudantes bolivianos, chineses ou nordestinos na sala de aula deve ser analisada também a partir da perspectiva das ausências que informam essa presença.
Assim, os estudantes possuem uma identidade, uma singularidade ou particularidade que devem ser consideradas ao passo que sua presença é, igualmente, resultado de fenômenos mais amplos e menos perceptíveis no contexto escolar.

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