
Ao aceitarmos o desafio de produzir um estudo que abarca, ao mesmo tempo, questões relacionadas aos campos da História, da Educação e da Saúde, tornou-se fundamental dialogar com uma gama de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, pinçando destes os conceitos que deram sustentabilidade às reflexões aqui produzidas.
Assim, o objetivo de Médicos-Educadores é compreender a ação pedagógica do corpo médico ponta-grossense no período de 1931 a 1953, considerando os discursos e as ações desses profissionais para além das instituições de ensino e dos consultórios.
Percebê-los como agentes envolvidos em práticas de cura, mas, ao mesmo tempo, preocupados com a divulgação de um conhecimento científico-educativo foi um dos propósitos deste trabalho.
Individualmente ou reunidos em entidades de diversas naturezas – agremiações de classe, associações culturais, esportivas e sociais –, esses médicos cumpriram um importante papel pedagógico no sentido de tornar mais acessível uma série de noções sanitárias para a população ponta-grossense no período já referido.
O diálogo permanente entre Educação e Saúde percebido no recorte temporal eleito por Médicos-Educadores não foi uma particularidade vivenciada em Ponta Grossa, mas está atrelado às perspectivas do projeto nacional manifestadas por diferentes intelectuais desde o início da República.
Dessa forma, o que nos propomos é, sobretudo, compreender as especificidades desse projeto na sociedade ponta-grossense.
O Paraná, estado criado pouco tempo antes da fundação republicana, vivia naquele momento um período de fortalecimento de sua identidade, o que nos permite pensar em particularidades no desenvolvimento de sua sociedade, na formação de seu povo e na definição de seu território.
Entendemos que o Paraná Tradicional (formado pelo litoral, primeiro planalto e Campos Gerais), região onde se iniciou a ocupação efetiva do território paranaense, apresenta características próprias, no que diz respeito às suas tradições e à composição de seu tecido social.
