Esta revisão crítica apresenta uma análise do conjunto de canções de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) publicado pela editora Max Eschig, de Paris. As trinta canções publicadas formam um painel importante do estilo vocal e pianístico do compositor, pontuando praticamente toda a sua vida criativa. O trabalho respeitou a ordem cronológica da criação das coleções: de 1919 a 1946. Além das trinta canções publicadas, incluíram-se no livro as três canções não publicadas que fazem parte da série Canções típicas brasileiras. Tais obras estão depositadas nos arquivos do Museu Villa-Lobos no Rio de Janeiro.
Nesses 27 anos de produção percebe-se uma das principais tendências estéticas desenvolvidas pelo compositor brasileiro: uma fusão de estilos musicais diversos inspirados em cantos indígenas, melodias afro-brasileiras, temas do interior do Brasil, canções populares urbanas e na música erudita europeia, que provocaram observações como as de Anaïs Fléchet sobre Villa-Lobos: “um cruzamento de escolas europeias com os ritmos africanos e melodias indígenas”. Por sua multiplicidade estilística e grande abrangência cronológica, apontamos vários paradigmas nessas canções que poderão contribuir para a compreensão das obras e do estilo musical de Heitor Villa-Lobos.
Nos primeiros contatos com a editora Max Eschig, a diretoria do estabelecimento afirmou que os manuscritos por ela publicados estavam sob sua responsabilidade, em arquivos fechados, ou seja, em arquivos não disponíveis no catálogo público da BnF. Assim, os arquivos mencionados somente poderiam ser consultados e fotografados sob permissão expressa da depositária. No entanto, ao abrir tais arquivos, percebeu-se surpreendentemente a ausência de vários manuscritos publicados por essa editora. Ao indagar à diretoria do estabelecimento sobre a localização desses documentos, fui informado de que “após inquirir muitas pessoas”, concluiu-se que tais documentos teriam sido provavelmente “apagados pelo tempo”.
Nessa comunicação relatou-se que, nos anos 1930, representantes da Max Eschig foram incumbidos de realizar a mudança do apartamento da Place St. Michel, em Paris, onde Villa-Lobos viveu durante alguns anos. Assim, foram enviadas ao Brasil dezenas de caixas que “nunca chegaram ao seu destino”.
Revisão Crítica Das Canções Para A Voz E Piano De Heitor Villa-Lobos
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