Do Rio De Janeiro A Istambul

O livro de Monique Sochaczewski traz grandes contribuições para a internacionalização da historiografia brasileira, apresentando novos objetos, ampliando horizontes de pesquisa e reconfigurando fronteiras analíticas.

Ao estudar as relações entre o Império Otomano e o Império do Brasil através de fontes diplomáticas e não diplomáticas, a autora abre novas perspectivas no campo da história e das relações internacionais, trazendo o estudo da história, da política e da complexidade sociocultural do Império Otomano para o centro de uma análise comparativa com o Brasil Imperial. Dessa forma, o livro mostra que os dois impérios, apesar das enormes diferenças históricas e culturais, encontravam­-se em uma posição estruturalmente semelhante no universo das relações internacionais do século XIX e como isso informou as relações diplomáticas, políticas e culturais que eles estabeleceram entre si.
Os impérios Otomano e Brasileiro encontravam-se em uma posição subordinada em relação às potências europeias que dominavam o cenário internacional e eram objeto de olhares curiosos e exotizantes de viajantes europeus, situação a qual procuravam reverter através de projetos e retóricas modernizantes que visavam dar realidade econômica e política ao potencial que ambos consideravam inerentes a si, o Império Otomano por sua história e o Império do Brasil por sua geografia. As relações diplomáticas vão iniciar-se a partir das afinidades entre as casas monárquicas, e o livro analisa a importância do orientalismo de D. Pedro II nesse processo, assim como os interesses comuns dos dois impérios na arena internacional.
A relação entre os impérios ganhou um novo ímpeto com a imigração de milhares de súditos otomanos, árabes, armênios, judeus e gregos, para o Brasil. Essas levas migratórias provocaram reações tanto da sociedade e do estado brasileiro, que viram-se confrontados com imigrantes “exóticos” que não encaixavam-se no projeto de “europeizar” a sociedade brasileira que acompanhava as políticas migratórias, quanto do Império Otomano, que preocupava-se com a perda de súditos e mão de obra, os quais também criavam demandas diplomáticas a partir das dificuldades e violência que muitas vezes enfrentavam no Brasil. Assim, o livro de Monique Sochaczewski mostra como o estudo a partir de minuciosa pesquisa arquivística do Império Otomano e suas complexidades políticas e culturais permite situar melhor o Brasil nas relações internacionais do século XIX, assim como na sua própria história de país receptor de levas migratórias.

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