Nossa tarefa com este livro é desafiadora. Miguel Arroyo traz uma importante reflexão sobre os diferentes, considerando que deles vem as indagações mais desafiantes para a cultura política, as teorias pedagógicas e as políticas de igualdade e garantia de direitos.
Em especial, para o direito ao conhecimento, à cultura e à educação. Há, assim, necessidade urgente de desconstruir imaginários que inferiorizam esses diferentes; que segregam estes “outros”; que produzem uma sociedade desigual e porque não dizer, desumana.
O papel da Educação neste contexto é fundamental. Ela é um caminho para a mudança de atitudes, ações e visões. Aqui cabe destaque para a Educação em Direitos Humanos, numa perspectiva pautada na justiça e na busca da igualdade dos sujeitos por meio do reconhecimento e valorização de suas diferenças. A Educação em e para os Direitos Humanos torna-se meio de mobilização e luta democrática para uma reinvenção de relações e de percepções quanto aos diversos sujeitos e os diversos direitos.
Os 23 capítulos de Educação E Direitos Humanos trazem desafios, diálogos e práticas relacionados ao direito à educação, interculturalidade e/ou interseccionalidade na garantia dos direitos à educação, educação em direitos humanos e direito à educação formal e não formal. Textos escritos por autores preocupados em partilhar suas experiências e suas pesquisas, na busca pela troca de conhecimentos.
Em comum, trazem ainda uma oportunidade de registro histórico do que se pensa e se vive na segunda década do século XXI a respeito da Educação e dos Direitos Humanos.
O propósito da obra não se finda aqui. Que as palavras, as ideias e as conclusões deste livro se perpetuem nos espaços escolares, acadêmicos, nas discussões nos lares e nos espaços públicos.
Que ao terminar, os leitores possam compartilhar o que encontraram, estabelecendo diálogos. Que consigam olhar o outro e a si mesmo de forma diferente, e possam avaliar e refletir sobre suas práticas; sejam elas como cidadão ou como profissional da educação. Que os desafios da atualidade nos tornem mais fortes na luta pela garantia dos direitos de todos os sujeitos.