Pactos Emocionais

Pactos Emocionais aborda algumas das rupturas pós-modernas em relação ao período antecessor, ou seja, a modernidade.

Pactos Emocionais: Reflexões Em Torno Da Moral, Da Ética E Da Deontologia, de autoria do sociólogo e filósofo contemporâneo, Michel Maffesoli, aborda algumas das rupturas pós-modernas em relação ao período antecessor, ou seja, a modernidade.

Por que não admitir com modéstia (e lucidez, quando observamos as histórias humanas) que o tempo linear, seu desenrolar controlado e, também, sua homogeneidade, em suma, que todas essas coisas que caracterizam o mito do Progresso são apenas uma das maneiras de entender e viver esse tempo. Tempo peculiar à modernidade dominada pela escatologia individual e universal: todos à espera de um mundo melhor, um mundo por vir. A vida real era postergada e a sociedade perfeita da teoria marxista foi a expressão mais acabada disso. Posso lembrar, para meus amigos brasileiros, o fundamento desse mito: a moral. E o que está em via de sucedê-la: a ética comunitária e a deontologia próprias da vida cotidiana.

Foi naquela tensão que se desenvolveram, gradualmente, a organização social, o sistema educacional e, em suas diversas formas, a economia, que dominou a vida coletiva e acabou determinando a existência individual. Foram nessas bases que se constituíram os laços sociais, essencialmente racionais, evacuando, ou, pelo menos, marginalizando todos os afetos: emoções, paixões, sentimentos (relegados atrás do muro da vida privada).

É contra o fraseado melódico dessa temporalidade dialética que o surgimento do emocional surge e se impõe. A cultura pós-moderna exige outra temporalidade: a do Kairos, isto é, a oportunidade, a aventura, a sucessão de momentos centrados na intensidade do momento, no júbilo do efêmero, na felicidade de viver e curtir o que se vive aqui e agora. Ressurgimento sempre e, novamente, hoje, do eterno carpe diem. No entanto, um hedonismo tão popular como esse que constitui a atmosfera do momento exige, pois, outra concepção do tempo: o presenteísmo.

Isso nos obriga a admitir, apesar da relutância intelectual, que, em certos momentos, a flecha do tempo pode curvar-se, se não em um círculo, pelo menos em espiral. Admitir que há ciclos. Isso é o que a mais elementar da honestidade intelectual nos obriga a reconhecer: ciclos históricos, ciclos econômicos, ciclos políticos na esfera pública, ciclos de afetos, ciclos de sentimentos, ciclos de amor ou amizade na esfera privada. Estas são as formas mais básicas do eterno retorno.

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Por que não admitir com modéstia (e lucidez, quando observamos as histórias humanas) que o tempo linear, seu desenrolar controlado e, também, sua homogeneidade, em suma, que todas essas coisas que caracterizam o mito do Progresso são apenas uma das maneiras de entender e viver esse tempo. Tempo peculiar à modernidade dominada pela escatologia individual e universal: todos à espera de um mundo melhor, um mundo por vir. A vida real era postergada e a sociedade perfeita da teoria marxista foi a expressão mais acabada disso. Posso lembrar, para meus amigos brasileiros, o fundamento desse mito: a moral. E o que está em via de sucedê-la: a ética comunitária e a deontologia próprias da vida cotidiana.

Foi naquela tensão que se desenvolveram, gradualmente, a organização social, o sistema educacional e, em suas diversas formas, a economia, que dominou a vida coletiva e acabou determinando a existência individual. Foram nessas bases que se constituíram os laços sociais, essencialmente racionais, evacuando, ou, pelo menos, marginalizando todos os afetos: emoções, paixões, sentimentos (relegados atrás do muro da vida privada).

É contra o fraseado melódico dessa temporalidade dialética que o surgimento do emocional surge e se impõe. A cultura pós-moderna exige outra temporalidade: a do Kairos, isto é, a oportunidade, a aventura, a sucessão de momentos centrados na intensidade do momento, no júbilo do efêmero, na felicidade de viver e curtir o que se vive aqui e agora. Ressurgimento sempre e, novamente, hoje, do eterno carpe diem. No entanto, um hedonismo tão popular como esse que constitui a atmosfera do momento exige, pois, outra concepção do tempo: o presenteísmo.

Isso nos obriga a admitir, apesar da relutância intelectual, que, em certos momentos, a flecha do tempo pode curvar-se, se não em um círculo, pelo menos em espiral. Admitir que há ciclos. Isso é o que a mais elementar da honestidade intelectual nos obriga a reconhecer: ciclos históricos, ciclos econômicos, ciclos políticos na esfera pública, ciclos de afetos, ciclos de sentimentos, ciclos de amor ou amizade na esfera privada. Estas são as formas mais básicas do eterno retorno.

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