O Inverno Da Esperança: Como A Copa Do Mundo De 1950 Chegou Ao Brasil E Por Que Ela Partiu O Coração Do País

Quando o juiz George Reader decretou o fim de Brasil 1x2 Uruguai naquele 16 de julho de 1950, um manto de desilusão abafou o Maracanã e a esperança de todo um país.

O sufocamento promovido pela maior das decepções brasileiras não calou apenas as 200 mil vozes que se apertavam no novíssimo Estádio Municipal do Rio de Janeiro, mas também a memória do país.
A tragédia do Maracanazo foi tamanha que tirou dos holofotes os demais acontecimentos da Copa do Mundo de 1950. Nessa reportagem, o jornalista Maurício Brum recupera o sentimento de uma nação que vivia um nascente otimismo modernizador e esperava galvanizar a própria esperança de um futuro melhor com o inédito título no Mundial de futebol, o esporte que havia tomado conta do país em poucas décadas - embora ainda disputasse espaço com o turfe nos jornais da época. Brum descortina o Brasil dos anos 40, as circunstâncias de como a taça do mundo veio parar no Brasil e as histórias da preparação nas cidades que se mobilizaram para receber as seleções e os visitantes.

Vozes ponderadas de há muito se levantaram advertindo dos perigos do otimismo, já comprovadamente funesto, mas que parece ser inerente aos nossos selecionados de football. Por este e aquele motivo, absurdos dadas as múltiplas situações de que depende um campeonato de âmbito mundial, ficou resolvido para muitos que o Brasil, dentre todos grandes centros futebolísticos, era o que mais alta cotação alcançava para o título de campeão do mundo.
O pior é que os jogadores, em realidade facilmente impressionáveis, fizeram ouvidos moucos a toda sorte de advertência, mais interessados, é claro, em alimentar a vaidade do favoritismo, mirando-se aos espelhos e vendo-se em suas retinas já donos do melhor football que já se jogou por terras em fora. E quando Flavio Costa, declarando-se impressionadíssimo – parecia-nos até assustado – com o que vira de football no match Escócia x Inglaterra, a ponto de desabalar a toda pressa para o Rio, acalmaram-se os pessimistas. Tudo estava salvo com a energia e o pulso do famoso selecionador.
Tais efeitos, entretanto, não se fizeram sentir, de vez que todo Brasil foi surpreendido com o desmoronar do castelo de cartas: os cracks favoritos para a Copa Jules Rimet não conseguiram fugir à derrota frente ao Uruguai. O Globo Sportivo

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O Inverno Da Esperança: Como A Copa Do Mundo De 1950 Chegou Ao Brasil E Por Que Ela Partiu O Coração Do País

Quando o juiz George Reader decretou o fim de Brasil 1×2 Uruguai naquele 16 de julho de 1950, um manto de desilusão abafou o Maracanã e a esperança de todo um país. O sufocamento promovido pela maior das decepções brasileiras não calou apenas as 200 mil vozes que se apertavam no novíssimo Estádio Municipal do Rio de Janeiro, mas também a memória do país.
A tragédia do Maracanazo foi tamanha que tirou dos holofotes os demais acontecimentos da Copa do Mundo de 1950. Nessa reportagem, o jornalista Maurício Brum recupera o sentimento de uma nação que vivia um nascente otimismo modernizador e esperava galvanizar a própria esperança de um futuro melhor com o inédito título no Mundial de futebol, o esporte que havia tomado conta do país em poucas décadas – embora ainda disputasse espaço com o turfe nos jornais da época. Brum descortina o Brasil dos anos 40, as circunstâncias de como a taça do mundo veio parar no Brasil e as histórias da preparação nas cidades que se mobilizaram para receber as seleções e os visitantes.

Vozes ponderadas de há muito se levantaram advertindo dos perigos do otimismo, já comprovadamente funesto, mas que parece ser inerente aos nossos selecionados de football. Por este e aquele motivo, absurdos dadas as múltiplas situações de que depende um campeonato de âmbito mundial, ficou resolvido para muitos que o Brasil, dentre todos grandes centros futebolísticos, era o que mais alta cotação alcançava para o título de campeão do mundo.
O pior é que os jogadores, em realidade facilmente impressionáveis, fizeram ouvidos moucos a toda sorte de advertência, mais interessados, é claro, em alimentar a vaidade do favoritismo, mirando-se aos espelhos e vendo-se em suas retinas já donos do melhor football que já se jogou por terras em fora. E quando Flavio Costa, declarando-se impressionadíssimo – parecia-nos até assustado – com o que vira de football no match Escócia x Inglaterra, a ponto de desabalar a toda pressa para o Rio, acalmaram-se os pessimistas. Tudo estava salvo com a energia e o pulso do famoso selecionador.
Tais efeitos, entretanto, não se fizeram sentir, de vez que todo Brasil foi surpreendido com o desmoronar do castelo de cartas: os cracks favoritos para a Copa Jules Rimet não conseguiram fugir à derrota frente ao Uruguai. O Globo Sportivo

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