Osasco 1968

Em Osasco 1968, a autora analisa como se constroem as memórias masculinas e femininas sobre um mesmo acontecimento ou período histórico.

Em Osasco 1968: A Greve No Masculino E No Feminino, Marta Rovai não apenas relata os preparativos, a eclosão e as consequências da greve de 1968 em Osasco, como também avalia os significados desses acontecimentos na vida dos participantes.

Por meio de primorosa pesquisa de campo, em que entrevistou homens e mulheres ligados ao movimento, a autora analisa como se constroem as memórias masculinas e femininas sobre um mesmo acontecimento ou período histórico, complementando-se de maneira a apresentar ao leitor uma visão mais completa do passado.

Nascer e crescer na cidade de Osasco, nas décadas de 1970 e 1980, não era tarefa fácil. As imagens construídas pela mídia e pelo discurso do regime militar sobre os habitantes dessa região da Grande São Paulo sempre provocaram certo incômodo e até mesmo vergonha em seus habitantes quanto à associação ao crime e a acontecimentos bizarros, como “bebês diabos”, “assassinos” como Carlos Lamarca e “loiras do banheiro”.

Essas histórias não eram exclusivas de Osasco, mas nos marcavam profundamente. Lembro bem do sentimento de incompreensão e inferioridade que muitas vezes me tomava a alma quando criança ou adolescente, na presença de outros colegas.

Envergonhava-me residir num lugar assim, supostamente tão violento, e sempre fui estimulada pelos meus irmãos a dizer que morávamos nas redondezas de São Paulo, nunca no “município da criminalidade”, tema recorrente na mídia.

Sentia-me tomada por grande estranhamento: a cidade que eu tanto gostava não era minha. Não pertencia a ela e ela não me pertencia. Havia certa discrepância entre o que desejava e sentia e aquilo que via na imprensa e ouvia nas opiniões de colegas.

Vivenciava a interdição imposta pela ditadura militar, assim como sua intervenção no imaginário sobre Osasco e, menina, não sabia traduzi-las, decifrá-las.

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Em Osasco 1968, a autora analisa como se constroem as memórias masculinas e femininas sobre um mesmo acontecimento ou período histórico.

Em Osasco 1968: A Greve No Masculino E No Feminino, Marta Rovai não apenas relata os preparativos, a eclosão e as consequências da greve de 1968 em Osasco, como também avalia os significados desses acontecimentos na vida dos participantes.

Por meio de primorosa pesquisa de campo, em que entrevistou homens e mulheres ligados ao movimento, a autora analisa como se constroem as memórias masculinas e femininas sobre um mesmo acontecimento ou período histórico, complementando-se de maneira a apresentar ao leitor uma visão mais completa do passado.

Nascer e crescer na cidade de Osasco, nas décadas de 1970 e 1980, não era tarefa fácil. As imagens construídas pela mídia e pelo discurso do regime militar sobre os habitantes dessa região da Grande São Paulo sempre provocaram certo incômodo e até mesmo vergonha em seus habitantes quanto à associação ao crime e a acontecimentos bizarros, como “bebês diabos”, “assassinos” como Carlos Lamarca e “loiras do banheiro”.

Essas histórias não eram exclusivas de Osasco, mas nos marcavam profundamente. Lembro bem do sentimento de incompreensão e inferioridade que muitas vezes me tomava a alma quando criança ou adolescente, na presença de outros colegas.

Envergonhava-me residir num lugar assim, supostamente tão violento, e sempre fui estimulada pelos meus irmãos a dizer que morávamos nas redondezas de São Paulo, nunca no “município da criminalidade”, tema recorrente na mídia.

Sentia-me tomada por grande estranhamento: a cidade que eu tanto gostava não era minha. Não pertencia a ela e ela não me pertencia. Havia certa discrepância entre o que desejava e sentia e aquilo que via na imprensa e ouvia nas opiniões de colegas.

Vivenciava a interdição imposta pela ditadura militar, assim como sua intervenção no imaginário sobre Osasco e, menina, não sabia traduzi-las, decifrá-las.

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